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SEGURANÇA
Menino saía de uma praça a 150 metros de sua casa, na favela Vila Aliança, no Rio, quando foi atingido na testa
Garoto de 6 anos morre com bala perdida
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Atingido por uma bala perdida
quando saía de uma praça a 150
metros de sua casa, na noite de sábado, o menino Lucas de Aguiar
Ferreira da Silva, 6, morreu com
um tiro na testa na favela Vila
Aliança, em Bangu, na zona oeste
do Rio de Janeiro. A polícia investiga de onde partiu o tiro que matou o garoto.
A mãe de Lucas, a agente de saúde comunitária Marta Ferreira de
Aguiar, 32, afirmou à polícia ter
visto um carro da PM (Polícia Militar) perseguindo um Palio escuro na rua onde caminhava com o
filho. Ela disse que ouviu um tiro
e, logo depois, viu seu filho baleado ao seu lado no chão.
O garoto foi socorrido por um
policial militar que mora próximo
ao local, mas não resistiu aos ferimentos e chegou morto ao hospital Albert Schweitzer, em Realengo, também na zona oeste.
O comandante do 14ª BPM (Batalhão de Polícia Militar), coronel
Miguel Almeida Carlou, disse que
"apenas a mãe do garoto afirmou
ter visto a perseguição". Segundo
ele, desde quinta-feira, quando
dois supostos traficantes morreram em confronto com PMs na
Vila Aliança, quatro pontos da favela estão ocupados. E há um Posto de Policiamento Comunitário
instalado na Vila Aliança.
O coronel afirmou que a localização de todas os carros que estavam de serviço foi checada, por
meio do GPS (sigla em inglês para
Sistema de Posicionamento Global) instalado no giroscópio dos
carros, e não foi constatada a presença de PMs do batalhão no local
onde estava o garoto.
"Enviei policiais ao local momentos depois do tiro e nenhum
morador disse ter visto a perseguição. No centro de operações
da PM também não há registros",
disse o coronel. "Mandei uma
equipe ao enterro, em busca de
testemunhas, mas não há nada
que confirme o que a mãe contou.
Temos que ver agora se foi um
carro de um batalhão de outra
área ou se o tiro foi disparado por
alguém que não é da polícia",
completou. O caso será investigado pela 34ª Delegacia de Polícia.
Novos depoimentos devem ser
tomados hoje.
Lucas foi enterrado no início da
tarde de ontem no cemitério do
Murundu, em Realengo (zona
oeste). Cerca de cem pessoas, entre parentes e amigos da família,
acompanharam inconsoláveis o
sepultamento. A mãe de Lucas,
que era filho único, dizia o tempo
todo que sua vida acabara com a
perda do menino. Muito abalado,
o pai, Ronaldo Francisco da Silva,
não conseguiu assistir ao enterro.
(TALITA FIGUEIREDO)
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