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VÔO 1907/INVESTIGAÇÃO
Justiça manda que piloto fique localizável
Embaixada dos Estados Unidos deve informar no prazo de dez dias em qual endereço no Brasil estão condutores do Legacy
Passaportes continuam retidos; para ministro da Defesa, volta de americanos "não necessariamente" atrapalha investigação
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)
ANDREA MICHAEL
ENVIADA ESPECIAL A CUIABÁ
A Justiça Federal em Sinop
(MT), a 500 km de Cuiabá, determinou que a Embaixada dos
EUA informe no prazo de dez
dias em qual endereço no Brasil
estão o piloto Joseph Lepore e
o co-piloto Jean Paul Paladino,
condutores do jatinho Legacy
que colidiu com o avião da Gol.
O juiz federal Charles Renaud Frazão de Moraes também determinou que seja mantida a apreensão dos passaportes dos dois. A mando da Justiça Estadual em Peixoto de Azevedo (MT), a Polícia Federal já
havia apreendido os documentos, mas o Ministério Público
Federal pediu a mesma providência ao juiz federal. Moraes
mandou ainda a PF registrar os
nomes do piloto e co-piloto entre as pessoas que estão impedidas de sair do país. O juiz tomou as decisões anteontem.
Conforme a Justiça Federal,
a embaixada precisa informar o
local onde Lepore e Paladino
estão no Brasil para que possam ser chamados a depor ou
notificados de alguma decisão
judicial. Eles estariam no Rio,
em local mantido em sigilo, sob
a proteção da embaixada.
Indagado se a volta dos pilotos aos EUA atrapalharia a investigação, o ministro da Defesa, Waldir Pires, disse: "Não necessariamente". Caso haja necessidade de ouvi-los mais uma
vez, "então convoca-se novamente". "A retenção dos dois
pilotos é uma decisão judicial."
Além do inquérito federal, a
Polícia Civil mantém as investigações sobre o acidente, até decisão da Justiça Estadual. O delegado civil Luciano Inácio da
Silva enviou ontem ao ministro
pedido para ouvir os controladores de vôo de Brasília e Manaus. Após esses depoimentos,
Silva ouvirá novamente o piloto e o co-piloto. Eles foram interrogados em Cuiabá logo
após o acidente. "Os depoimentos deles estão em conflito com
o plano de vôo." O delegado disse que, no interrogatório, Paladino e Lepore afirmaram ter
seguido à risca o plano de vôo e,
por isso, estavam a 37 mil pés
de altura, ou seja, na mesma altitude do avião da Gol.
O plano de vôo, recebido pelo
delegado, previa que o Legacy
voasse a 37 mil pés apenas de
São José dos Campos (SP) a
Brasília. Depois disso, a aeronave deveria baixar a 36 mil pés e
subir a 38 mil em um ponto registrado na carta de navegação
aérea, chamado Teres.
O delegado disse que ainda
não há provas para responsabilizar Paladino e Lepore pelo
acidente. Os dois disseram que
perderam contato com as torres de Manaus e Brasília durante o vôo, antes do acidente. Por
essa razão, o delegado quer ouvir os controladores de vôo.
Colaborou a SUCURSAL DE BRASÍLIA
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