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119 corpos das 154 vítimas do acidente em Mato Grosso já foram identificados
Teresa Maia/"Diário de Pernambuco"
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Parentes se consolam no enterro da médica Ana Maria Maciel Silva, que estava no vôo da Gol |
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PEIXOTO DE
AZEVEDO
Das 154 vítimas do acidente
com o vôo 1907 da Gol, 119 já
haviam sido identificadas até o
final da tarde de ontem, a maioria por meio de análise das impressões digitais.
Só ontem, foram reconhecidos mais 29 corpos que chegaram ao IML (Instituto Médico
Legal). No total, 93 vítimas já
foram retiradas do instituto
por familiares para enterro.
O IML já recebeu 142 corpos
de vítimas da tragédia. Ontem
mais três foram achados pelos
responsáveis pelas operações
de resgate, no local do acidente.
Até agora, a maior parte foi
identificada por peritos do Instituto de Identificação da Polícia Civil do Distrito Federal,
responsáveis pela análise das
impressões digitais. Cerca de
50 peritos trabalham no reconhecimento das vítimas.
Peça será içada
Técnicos especialistas em remoção de aeronaves, cedidos
pela Varig, iniciaram ontem os
trabalhos para revirar os trens
de pouso e o conjunto de asas
do Boeing da Gol. A expectativa
é que ainda existam corpos sob
uma massa de destroços de 15
toneladas.
A peça é a maior parte que sobrou do avião. Os peritos Sérgio
Augusto Guiduglia e Ailor Jacob Dalla Costa trabalhavam
ontem para levar até o local dos
destroços sete toneladas de
equipamentos, trazidos do Rio.
Entre os equipamentos estão
um macaco pneumático, com
capacidade para levantar 35 toneladas, e um macaco hidráulico, para 90 toneladas.
Dalla Costa disse que o objetivo é "colocar os destroços na
posição normal, pois eles estão
emborcados para o chão". Segundo ele, a operação é delicada, uma vez que será necessário
cortar um dos trens de pouso e
retirar uma haste do outro, "para que ele fique em posição de
vôo, ou seja, recolhido".
Só depois os peritos irão, com
a ajuda dos macacos e outros
equipamentos, tentar virar o
conjunto de asas. Guiduglia
disse que, pelo levantamento
anterior, feito anteontem, devem existir entre quatro e seis
fileiras de assentos, com três
assentos cada uma, prensadas
pelos destroços.
Os peritos não quiseram estimar o tempo que será necessário para a operação. A previsão
inicial é que os trabalhos demorem até quinta-feira.
Ontem o Exército mobilizou
104 homens no início da operação pente-fino, na tentativa de
encontrar os últimos corpos.
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