São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2008

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Defensores públicos de SP entram em greve

Categoria tenta pressionar governo a aumentar nº de cargos; segundo grevistas, só 7% dos municípios paulistas têm Defensoria

Greve deve ir de segunda a sexta, quando defensores farão ato na Paulista; será mantido sistema de plantão para emergências

DA REPORTAGEM LOCAL

Os defensores públicos do Estado de São Paulo decidiram, ontem, entrar em greve por cinco dias para tentar obrigar o governo a aumentar o salário da categoria.
Eles se juntam aos policiais civis, que estão em movimento grevista desde o mês passado por reajuste salarial e mudanças na estrutura da carreira.
Os defensores, em nota, dizem que iniciarão segunda-feira uma greve que vai se estender até sexta, quando farão um ato público na avenida Paulista. Segundo o comitê de greve, será mantido um sistema de plantão para atendimento emergencial à população -mas só os casos "que envolvam risco à vida e à segurança de usuários" serão atendidos.
A principal reivindicação dos defensores é o aumento do número de cargos. Hoje, segundo eles, apenas 7% dos municípios paulistas têm Defensoria. Em algumas regiões, como o Vale do Ribeira, não há um único defensor, segundo o comitê. Em todo o Estado, a categoria conta com 400 profissionais.
O principal papel da Defensoria Pública é atender pessoas que não têm condições de pagar um advogado. Uma atuação mais incisiva, segundo especialistas, poderia reduzir a superlotação carcerária.
No Estado, apenas 35 defensores atuam na assistência jurídica ao preso. "São muitos os presos que já cumpriram pena ou teriam direito a benefícios previstos por lei, mas continuam lotando os presídios por falta de defesa jurídica", disse Juliana Belloque, presidente da Associação Paulista de Defensores Públicos, na nota.
O governo, segundo os defensores, não apresentou proposta à categoria. O Palácio dos Bandeirantes foi procurado ontem para comentar o assunto, mas ninguém foi localizado. Os recados deixados também não foram respondidos.


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