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Papelão para colorir é sucesso no MoMA de NY
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando a designer Sabrina
Arini começou a desenvolver
produtos feitos de papelão para
serem coloridos, imaginava que
as crianças seriam as que mais
se divertiriam com a brincadeira. Porém, em um evento em
que levou seus bancos, maletas
e baús para serem pintados
com canetinha e giz de cera, foi
de um adulto que tomou a
maior canseira.
"O cara estava lá há quatro
horas pintando uma maleta!",
conta, rindo. "Tive de dizer:
Acabou! Estou indo embora!".
A maleta, que tem versão no
formato de jacaré, o baú com
rodinhas e o banco, que pode
vir cheio de adesivos coloridos
e suporta alguém de até cem
quilos sentado sobre ele -todos feitos apenas com papelão
- intrigaram tanto os marmanjos que a designer foi convidada a vender suas peças nas
lojas do MoMA, o museu de arte moderna de Nova York.
Sabrina conta que, quando
começou, os objetos não fizeram sucesso. "O papelão é um
material sem status. As pessoas
achavam besta". A mudança
ocorreu conforme ela apostou
em produtos mais lúdicos -esses, sim, conquistaram os adultos. Sua marca, Jaya!, hoje tem
itens de gente grande como
carteiras e luminárias.
Na loja Imaginarte, nos Jardins (zona oeste), onde também são vendidas as peças da
Jaya!, é comum adultos comprarem para si o que faria a alegria da criançada. "Outro dia
entrou aqui um estudante de
medicina de 29 anos e escolheu
várias réplicas de dinossauros e
cavaleiros medievais. Depois a
mãe veio buscar", conta a proprietária Vera Silva.
Segundo ela, é comum mulheres crescidas comprarem as
xícaras coloridas feitas de ferro,
que poderiam ser usadas num
chá de bonecas, para servir café
de verdade. Piões, ioiôs e outros
brinquedos artesanais pintados à mão também são bem
procurados para decoração.
Já a Plastik, também nos Jardins, é especializada em "toy
art", brinquedos assinados por
artistas plásticos, mas que não
necessariamente sejam criações dos estúdios de cinema e
quadrinhos. Muitos são personalizáveis, mas também há espaço para as fantasias do cinema, como uma réplica do busto
de Ludwig van Beethoven que
aparece no filme "Laranja Mecânica" (R$ 2.400).
Nina Samber, proprietária da
loja há três anos, começou o negócio de tanto colecionar brinquedos. Segundo ela, 95% do
público é de adultos, e os produtos, em sua maioria, são importados dos EUA, Japão e China. "Quando vou a Nova York,
por exemplo, já procuro alguns
artistas notáveis nessa área, como Frank Kozik. Essas peças,
na verdade, são objetos de arte", conta Nina, que costuma
fazer promoções no Dia da
Criança, mas destaca que os períodos em que mais vende esse
tipo de objeto é no Dia dos Pais,
dos Namorados e no Natal.
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