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Colecionador faz hobby
virar ganha-pão
DA REPORTAGEM LOCAL
A obsessão do produtor de
eventos Carlos Keffer, 42, por
Barbies já dura cerca de 15
anos. Semana passada, ele deu
mais um passo na trajetória de
devoção: a pedido da fotógrafa
que acompanhava a reportagem, adentrou em uma réplica
da caixa da Barbie exposta na
Galeria Melissa, nos Jardins. "É
um sonho realizado!".
Keffer é dono das 50 Barbies
de estilo retrô expostas no local
(por conta da comemoração de
50 anos da boneca) e de cerca
de 550 outras, frequentemente
em exposições Brasil afora.
De passatempo, a coleção
passou a ganha-pão. Ele largou
a psicologia para se dedicar à
organização de exposições e
eventos, como o encontro de
colecionadores de Barbies, que
teve sua segunda edição neste
ano com 200 participantes com
dicas para preservar roupinhas
("Nunca lave, melhor passar
Vaporetto") e palestras sobre a
história da boneca.
A atração de Keffer por essas
"minimulheres" nasceu de sua
fascinação pelo cinema -as
primeiras Barbies que comprou eram réplicas de Audrey
Hepburn e Marilyn Monroe-,
mas foi a aura de feminismo
que o arrebatou. "Antes da Barbie só havia bonecas bebê. O futuro das meninas era ser mãe.
Com a Barbie, foi como se os
pais as autorizassem a sonhar
com um futuro incrível. Podiam até ser astronautas".
O plastimodelista Bruno
Santin Cascapera também
transformou o hobby em profissão. Na loja Horiginal (região
central), ele vende kits (que
saem entre R$ 30 e R$ 2.000),
dá aulas particulares a quem
precisa de ajuda para montar
tanques de guerra, aviões e carros e até faz montagem sob encomenda. "Muita gente não
tem tempo", explica.
Com colegas do Grupo de
Plastimodelismo e Pesquisa
Santos Dumont, tradicional na
área, seu próximo objetivo é
implantar atividades de plastimodelismo nas escolas, para
incentivar as crianças a brincar
e aprender um pouco de engenharia e história, já que os modelos são réplicas perfeitas de
modelos reais.
Boa parte da garotada que
chega à loja, porém, tem mais
interesse nos modelos elétricos, movidos com controle remoto-a última moda são os
helicópteros, que custam a partir de R$ 700.
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