São Paulo, domingo, 11 de outubro de 2009

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Colecionador faz hobby
virar ganha-pão

DA REPORTAGEM LOCAL

A obsessão do produtor de eventos Carlos Keffer, 42, por Barbies já dura cerca de 15 anos. Semana passada, ele deu mais um passo na trajetória de devoção: a pedido da fotógrafa que acompanhava a reportagem, adentrou em uma réplica da caixa da Barbie exposta na Galeria Melissa, nos Jardins. "É um sonho realizado!".
Keffer é dono das 50 Barbies de estilo retrô expostas no local (por conta da comemoração de 50 anos da boneca) e de cerca de 550 outras, frequentemente em exposições Brasil afora.
De passatempo, a coleção passou a ganha-pão. Ele largou a psicologia para se dedicar à organização de exposições e eventos, como o encontro de colecionadores de Barbies, que teve sua segunda edição neste ano com 200 participantes com dicas para preservar roupinhas ("Nunca lave, melhor passar Vaporetto") e palestras sobre a história da boneca.
A atração de Keffer por essas "minimulheres" nasceu de sua fascinação pelo cinema -as primeiras Barbies que comprou eram réplicas de Audrey Hepburn e Marilyn Monroe-, mas foi a aura de feminismo que o arrebatou. "Antes da Barbie só havia bonecas bebê. O futuro das meninas era ser mãe. Com a Barbie, foi como se os pais as autorizassem a sonhar com um futuro incrível. Podiam até ser astronautas".
O plastimodelista Bruno Santin Cascapera também transformou o hobby em profissão. Na loja Horiginal (região central), ele vende kits (que saem entre R$ 30 e R$ 2.000), dá aulas particulares a quem precisa de ajuda para montar tanques de guerra, aviões e carros e até faz montagem sob encomenda. "Muita gente não tem tempo", explica.
Com colegas do Grupo de Plastimodelismo e Pesquisa Santos Dumont, tradicional na área, seu próximo objetivo é implantar atividades de plastimodelismo nas escolas, para incentivar as crianças a brincar e aprender um pouco de engenharia e história, já que os modelos são réplicas perfeitas de modelos reais.
Boa parte da garotada que chega à loja, porém, tem mais interesse nos modelos elétricos, movidos com controle remoto-a última moda são os helicópteros, que custam a partir de R$ 700.


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