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Número de atropelados mortos em SP cresce 4,6%
Variação é do 1º semestre deste ano comparado ao mesmo período em 2008
Mortes por atropelamento se aproximam de duas por dia e representam metade do total de vítimas de acidentes viários na cidade
DA REPORTAGEM LOCAL
A quantidade de pedestres
mortos na cidade de São Paulo
aumentou 4,6% no primeiro
semestre deste ano em relação
ao mesmo período de 2008.
As mortes em atropelamentos já beiram duas por dia e representam metade do total de
vítimas de acidentes viários.
O crescimento de casos em
2009 ocorre após a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) ter prometido prioridade
nas ações de educação e de fiscalização dos motoristas que
desrespeitam os pedestres.
Ele também chama a atenção
porque, no mesmo período,
caiu a quantidade de mortes de
todos os demais tipos de vítimas de acidentes de trânsito.
No total, a diminuição foi de
6,9%, passando de 741 para
690. Entre motociclistas, ela
atingiu 9,3%. Entre motoristas
e passageiros, chegou a 25,8%.
A CET não divulgou suas
análises sobre os resultados.
Especialistas ouvidos pela Folha afirmam ser necessário
mais tempo para identificar explicações, mas consideram não
haver nenhum sinal de que os
pedestres tenham se tornado
uma prioridade da prefeitura.
Ao lançar uma campanha para reduzir atropelamentos no
final do ano passado, a CET divulgou que passaria a multar
motoristas que não param para
que os pedestres atravessem na
faixa (mesmo sem semáforo),
que não permitem ao pedestre
concluir a travessia (após a
abertura do semáforo) e que
não dão preferência ao pedestre ao virar uma esquina.
Questionada sobre um balanço da promessa, a CET informou que só pretende divulgá-lo no começo de 2010.
Relação desfavorável
Brasília é um dos poucos lugares do país onde os motoristas costumam parar na faixa de
pedestres, independentemente
de haver semáforo, para dar
prioridade a quem está a pé,
conforme exige a legislação.
Esse hábito foi consolidado
após intensa campanha e fiscalização dos infratores nos anos
90 -levando à queda de 40%
dos atropelamentos na época.
David Duarte Lima, da UnB,
admite que os pedestres também são infratores e muitas vezes se arriscam desnecessariamente ao evitar uma passarela
ou mesmo a faixa de travessia.
Mas lembra que "a relação é
sempre desfavorável" a ele, por
ser mais frágil que os veículos.
Além disso, especialistas citam que a infraestrutura para
quem anda a pé (calçadas, passarelas) é quase sempre mais
precária do que a dos carros.
O presidente da Associação
Brasileira de Pedestres, Eduardo José Daros, avalia que uma
das medidas que precisariam
ser estudadas para frear os
atropelamentos é algum tipo de
controle da embriaguez de
quem caminha a pé na rua.
"Assim como motoristas provocam acidentes por efeito do
álcool, os pedestres também",
diz, ressaltando dificuldades
jurídicas para esse controle.
Ele também exalta a necessidade de utilizar roupas com
materiais reflexivos à noite
-para que a pessoa seja vista.
(ALENCAR IZIDORO)
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