São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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FOCO

Lancha emperra no lixo do rio Tietê e perde corrida para carro

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Deu zebra no desafio entre um carro de luxo e uma lancha esportiva no rio e na marginal do rio Tietê, ontem na cidade de São Paulo. Por causa do lixo, o barco, favorito, chegou oito minutos depois da Mercedes preta, isso em pleno horário de pico. Antes da corrida, quando seguia em direção à largada, no Cebolão, as hélices do barco se enroscaram no entulho e dois motores quebraram.
Com um motor só, usado com moderação para não pifar também, o barco cruzou a chegada, na ponte das Bandeiras, às 8h14. Foram 69 minutos para percorrer os 12 km até a ponte das Bandeiras.
"A gente podia ter feito esse trajeto em dez minutos, teria sido uma barbada", diz Márcio Dottori, piloto da lancha e diretor técnico do São Paulo Boat Show, feira náutica realizada no Transamerica Expo Center.
"Antes da corrida chegamos a 80 km/h, já estávamos ultrapassando os carros. Mas a brincadeira durou pouco. Um motor quebrou de cara, num pedaço de madeira. O da direita começou a esquentar. Tivemos que parar cinco vezes para tirar o lixo", diz o piloto frustrado. E enojado.
"O cheiro é terrível. Me senti naquele filme 'The Day After'. Via aquelas bolhas grandes vindo do material em decomposição do fundo." O objetivo foi promover o uso de rios como vias de transporte. "Acho que foi um alerta para dizer que a gente precisa melhorar esse rio. Se estivesse mais limpo, ele teria grande potencial como meio de transporte", diz Dottori.
Ernani Paciornik, organizador da competição e da feira do setor náutico, diz que há na cidade mais de 50 quilômetros de rios inativos, "que poderiam contribuir para desafogar o trânsito e aumentar o potencial turístico de São Paulo".


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