São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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Diretores da USP criticam ataque a reitor

Carta condena ações da Faculdade de Direito, que declarou João Grandino Rodas como "persona non grata"

Divergências entre a unidade e a reitoria se agravaram com troca de acusações sobre uso de terreno no Ibirapuera

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Diretores de todas as faculdades, institutos especializados e museus da USP decidiram se posicionar contrariamente à direção e membros da Faculdade de Direito da universidade depois de a escola declarar como "persona non grata" o reitor da instituição, João Grandino Rodas, no mês passado.
Em carta escrita na última quinta-feira, na Escola Politécnica, o grupo diz que a medida cria desunião na universidade, o que afronta um dos seus "valores primordiais".
"Quando uma das suas comunidades acadêmicas singulares decide [...] declarar persona non grata o dirigente máximo da universidade, está na prática, de forma pública e arbitrária, pretendendo interditar esse espaço ao exercício pleno da autoridade legítima a ele conferida", afirma o texto.
Ex-diretor da escola, o reitor reclama que projetos seus na faculdade foram abandonados. O atual diretor, Antonio Magalhães Gomes Filho, diz que não havia condições de mantê-los.

CLUBE POLÊMICO
Uma das últimas divergências ocorreu devido à proposta do centro acadêmico da faculdade de criar o Clube das Arcadas num terreno ao lado do novo Museu de Arte Contemporânea, a ser instalado no Ibirapuera (zona sul), numa parceria entre USP e governo de São Paulo. Em artigo publicado no mês passado na Folha, o reitor criticou o fato de o centro planejar "explorar comercialmente" um terreno doado pelo Estado. Reclamou ainda que o lançamento do projeto, idealizado por "pessoa jurídica privada", foi feito em "território da USP", pois utilizou o salão nobre da faculdade.
O diretor da escola e os presidentes do centro acadêmico e da Associação de Antigos Alunos disseram, em outro artigo na Folha, que o edifício do largo São Francisco não é da USP, mas da Faculdade de Direito -um "território livre" da sociedade. Esse posicionamento também foi alvo de críticas na carta (no total, eram 67 signatários até a tarde de ontem). "Não existem a rigor territórios exclusivos, autônomos ou livres no âmbito da universidade", diz o texto.
"Queremos que todos coloquem pá de cal na polêmica e voltem às atividades normais", afirmou o diretor da Poli, José Roberto Cardoso.

Leia cartas
folha.com/no988567



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