São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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ELECTRO BONINI (1913-2011)

Voltou da Itália e criou a Unaerp

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Foi na barriga da mãe, Ízide, que o caçula dos Bonini regressou de navio com a família para a Itália, em 1913.
O pai, José Bonini, dizia não encontrar ambiente para a educação dos filhos no interior paulista. Mal sabia que, mais tarde, o caçula fundaria lá uma universidade.
Electro nasceu no navio, mas perto da costa, o que lhe garantiu a condição de brasileiro. O nome foi ideia do pai, que levou energia elétrica à cidade de Sertãozinho (SP). Outros dois irmãos chamavam-se Létrico e Létrica.
Após a infância na Itália, Electro voltou adolescente para o Brasil e se formou dentista pela Aerp, a Associação de Ensino de Ribeirão Preto.
Além de manter um consultório, lecionava em Batatais (SP). Foi na cidade que teve o privilégio de observar o pintor Candido Portinari, já consagrado no mundo.
Em 1959, em viagem a Ribeirão, soube que a Aerp seria vendida. Quis comprá-la, mas faltava dinheiro. A irmã era casada com Elídio Marchesi, de família rica, que aceitou ser seu fiador.
A associação foi a origem da Unaerp, que se tornou universidade em 1985, ano em que passou a reitoria para a filha Elmara e virou chanceler, espécie de conselheiro.
Ainda se formou em direito e pedagogia e aprendeu a nadar aos 80 anos. Foi um pé de valsa e eterno apaixonado pela mulher, Cidinha. Em seus diários, há cartas de amor do casal. Em fotos, é raro não vê-los abraçados.
Electro morreu anteontem, aos 97 anos, de insuficiência renal e broncopneumonia. Teve quatro filhos (só dois estão vivos), 14 netos, 18 bisnetos e uma trineta.

coluna.obituario@uol.com.br


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