São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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Pedido de socorro feito em papel higiênico salva refém

Estudante de 30 anos aproveitou distração de sequestrador para escrever

Vítima ficou dez dias em um quarto; sequestrador foi preso e outros cinco comparsas ainda são procurados

JOSMAR JOZINO
DO "AGORA"

Uma estudante de direito de 30 anos conseguiu ser salva do cativeiro, na zona leste de São Paulo, após escrever um pedido de socorro em um pedaço de papel higiênico e jogá-lo pela janela.
Casada com um dono de restaurante, a vítima foi sequestrada no último dia 30 na porta de casa, no bairro do Limão (zona norte de SP), e ficou dez dias presa em um quarto alugado no Jardim Lourdes, na zona leste.
De acordo com a polícia, ela foi retirada de seu carro por quatro homens armados e colocada em outro veículo. Os criminosos a levaram para o cativeiro e ligaram para a família da estudante para exigir o resgate. O bando, a princípio, pediu R$ 5 milhões para libertá-la.
O valor não chegou a ser pago ou negociado, pois a vítima aproveitou um momento de distração dos sequestradores para escrever a mensagem, que foi jogada pela janela do quarto.
Segundo a polícia, um morador do bairro encontrou o bilhete no último sábado, dez minutos antes de começar um temporal, e acionou a polícia.
A estudante foi solta anteontem e estava, segundo os policiais, bastante abatida. O delegado Marcelo Augusto Gondim Monteiro disse que a vítima estava tão assustada que no início não acreditou que ele e sua equipe eram policiais. "Mas não demorou para ela voltar a ficar feliz", disse o delegado.
No cativeiro, a vítima passou os dez dias comendo pão, batatas fritas, macarrão, doces e biscoitos salgados. Bebia água e refrigerantes. Seu marido disse à polícia que a estudante precisará de tratamento psicológico. O vigilante Eduardo Luiz da Silva, 39, cuidava do cativeiro e acabou sendo preso em flagrante. Segundo a polícia, assim que o crime foi descoberto ele tentou enganar os policiais ao dizer que era marido da vítima.

CATIVEIRO
A polícia diz que o quarto foi alugado seis dias antes do sequestro pelo vigilante e uma mulher negra. Ela ainda não foi identificada.
A dona da casa contou para a reportagem que Silva pagou R$ 200 de depósito e disse que se mudaria com a mulher, mas antes iria pintar o quarto. Três dias depois, no entanto, o vigilante apareceu sozinho, levando um colchão e panelas velhas para o local.
A proprietária do quarto, que pediu para não ser identificada, diz que jamais suspeitou que o imóvel seria usado como cativeiro. Segundo ela, que disse não ter visto outra pessoa, durante o dia Silva ficava no quintal, ouvindo música. Silva foi preso e autuado por extorsão mediante sequestro e formação de quadrilha. O caso foi registrado no 50º DP (Itaim Paulista). A reportagem não teve acesso ao advogado do suspeito. A Polícia Civil ainda procura os outros quatro sequestradores e também a suposta mulher do vigilante.


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