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Gasto depende de fator cultural
da Reportagem Local
Os valor que os pais aplicam na
educação dos filhos está ligado a
fatores culturais. Essa é a opinião
do psiquiatra especializado em jovens, Içami Tiba.
Com base em seu trabalho com
famílias, ele diz que, no Brasil, os
pais tendem a se orientar pela
preocupação de "dar tudo o que
podem" para os filhos, mesmo
que isso os leve a gastar mais do
que o orçamento permite.
"Muitos pais se desdobram para
aumentar a renda e melhorarem o
padrão de vida da família e dos filhos", diz Tiba.
É o caso de Pedro Carvalho Matos, 35 anos e três filhos. Ele trabalha como representante de uma
empresa de produtos químicos e
complementa sua renda vendendo importados norte-americanos.
Com o emprego e o "bico",
Matos chega a uma renda mensal
de R$ 3.200, aproximadamente.
"Dá para pagar a escola do mais
velho. Quando os outros também
forem para a escola, acho que minha mulher vai ter de voltar a trabalhar", diz. Seu filho mais velho,
Thiago, tem 7 anos.
Se, por um lado, esse tipo de atitude está baseada em boas intenções, por outro, ela pode ter aspectos negativos.
"Muitas vezes, ao dar tudo para
o filho, o pai está mais preocupado, no fundo, em satisfazer a si
próprio, em mostrar que ele é capaz de atender todas as necessidades da criança."
Essa atitude, no entanto, pode
ser antieducativa, já que, para que
uma criança se torne um adulto
responsável, precisa perceber os
limites e aprender a lidar com a
frustração.
"Formar uma criança significa
desenvolver quatro tipos de capacidade. Os pais costumam dar três
delas: ler e escrever, usar um computador e falar uma língua estrangeira. Falta ensinar se relacionar
com o mundo e as diferenças",
diz o psiquiatra.
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