São Paulo, domingo, 11 de outubro de 1998

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Prevenção deve se voltar a recém-nascidos

da Sucursal de Brasília

Se o número de subnutridos e as mortes por diarréias foram os grandes desafios para que o Brasil conseguisse reduzir a mortalidade infantil na década de 90, a partir de 2000 as ações de prevenção deverão se voltar para as mortes de recém-nascidos.
É nesse grupo que os avanços foram mais lentos. Enquanto o número de mortes de crianças entre 28 dias e 1 ano de idade caiu de 48,5 mil em 90 para 30,6 mil em 96 (redução de 36,9%), o número de mortes de bebês entre 0 e 6 dias se manteve praticamente estável.
Em 90, 35,8 mil bebês morreram antes de completar uma semana de vida. Em 96, o número de mortes foi de 35 mil -uma queda de apenas 2,2%. Com isso, a morte de recém-nascidos passou a representar 46,9% do total de óbitos de crianças com menos de 1 ano no país. Em 90, era 37,5% do total.
Por outro lado, as mortes de crianças entre 28 dias e 1 ano, que eram responsáveis por metade (50,8%) dos óbitos infantis em 90, no ano retrasado ficaram reduzidas a 41% do total de mortes de crianças até 1 ano.
Para Ana Goretti, coordenadora da área de Saúde da Criança no ministério, será preciso aumentar os recursos para o atendimento de gestantes e melhorar o serviço das maternidades para reduzir as mortes de recém-nascidos.
"A cobertura do pré-natal no Brasil hoje é alta. O problema é a qualidade. Há mulheres que fazem apenas uma consulta durante toda a gestação e consideram isso pré-natal. Mas o efeito prático de uma consulta só é quase igual a nada", diz Goretti.
O pré-natal ajuda a evitar as mortes perinatais (causadas por problemas da gestação ou do parto), porque permite que os médicos tratem dos problemas ainda durante a gestação, além de antecipar complicações que surgem durante o parto. (DF)



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