São Paulo, domingo, 11 de outubro de 1998

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MORTALIDADE INFANTIL
Custo é baixo
Agente reduz mortalidade em 60% no NE

da Sucursal de Brasília

Entre todas as ações desenvolvidas pelo governo federal para combater a mortalidade infantil, o Pacs (Programa de Agentes Comunitários de Saúde) é considerado o mais eficiente.
Os agentes comunitários conseguiram reduzir em até 60% os índices de mortalidade infantil nos municípios nordestinos em que atuaram entre 94 e 97.
No mesmo período, a queda da mortalidade no Nordeste foi de 7,4% e, no Brasil, de 7,3%.
Os agentes comunitários são recrutados na própria comunidade em que vão trabalhar e não precisam ter formação em saúde. As únicas exigências são ter mais de 18 anos e saber ler e escrever.
O trabalho dos agentes é simples, mas eficaz. Nas visitas que fazem às famílias, eles pesam e medem os bebês para saber se estão com o peso adequado para a idade, além de checar se as crianças estão com as vacinas em dia.
Caso esteja faltando alguma dose, os agentes comunitários comunicam imediatamente os centros de saúde.
Os agentes também ensinam as mães a reconhecer os sinais de desidratação e a preparar soro caseiro. Também orientam o preparo de pratos baratos, mas ricos em alimentos nutritivos.
Além de eficiente, o custo do Pacs é baixo. Os agentes recebem salários que variam entre R$ 112 e R$ 280.
No ano passado, os agentes de saúde estavam presentes em 1.464 municípios, a maioria na zona rural do Nordeste, e atendiam 6 milhões de famílias.
O custo total do programa foi de R$ 161,8 milhões -0,86% do orçamento do Ministério da Saúde em 97.

Pernambuco
De todos os Estados nordestinos, Pernambuco foi o que evitou mais mortes graças à ação dos agentes comunitários.
A taxa de mortalidade infantil nos municípios de Pernambuco que tinham agentes caiu de 87 por 1.000 nascidos vivos em 94 para 35,1 em 97 -uma redução de 59,7%.
No mesmo período, a queda da taxa no Estado como um todo foi bem mais lenta: de 71,6 em 94 para 61,8 no ano passado -14% a menos.
Em todos os Estados do Nordeste, a queda da mortalidade nos municípios com Pacs foi maior do que a média estadual (veja quadro nesta página).
Na Paraíba, em apenas um ano, a ação dos agentes comunitários conseguiu reduzir a mortalidade infantil em 43,9% - de 90,5 por 1.000 nascidos vivos em 94 para 50,7 em 95.
Em 12 meses, os agentes comunitários da Paraíba conseguiram fazer o mesmo que o Brasil levou dez anos para realizar: reduzir a taxa de mortalidade de 85,6 por 1.000 nascidos vivos em 80 para 47,8 em 90 -uma queda de 44,1%.
(DANIELA FALCÃO)



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