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Estudo traça perfil
de recém-nascidos
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
O mapa dos nascidos vivos traçado pelo Ministério da Saúde
mostra o tamanho da população
de bebês em risco no país. Levantamento obtido pela Folha mostra
que pelo menos 212 mil bebês nasceram com baixo peso no país em
96. O número corresponde a 8%
dos 2,7 milhões de nascidos vivos.
O baixo peso é uma condição de
risco para a sobrevivência do recém-nascido. Nem todos esses bebês, que nasceram com menos de 2,5 kg, eram prematuros.
O trabalho traz informações sobre quanto tempo durou a gestação dos nascidos vivos. Em 5,3%
dos casos, os bebês nasceram até o
oitavo mês da gravidez, sendo que
18,1 mil nasceram até o sétimo mês.
Essa proporção é equivalente em
todas as regiões do país. "O baixo
peso mostra a desnutrição da
criança e da mãe", diz Jarbas Barbosa, presidente do Cenepi (Centro Nacional de Epidemiologia).
O centro, ligado à Fundação Nacional de Saúde, realizou o levantamento levando em conta a rede
de hospitais públicos, os privados
e os partos realizados em casa.
Segundo o diretor, é entre os recém-nascidos prematuros e de
baixo peso que há maior mortalidade infantil.
No ano retrasado, nasceram 68,7
mil meninos a mais que meninas.
A região Sudeste concentrou 40%
dos nascidos vivos (1,097 milhão),
seguida pela Nordeste (27%).
Existe entre essas duas regiões
uma grande diferença no tipo de
parto predominante. Enquanto
73% dos partos no Nordeste foram
normais, metade dos realizados
no Sudeste foram cesarianas.
Essa proporção é semelhante à
do Centro-Oeste (50,5% de cesarianas). No Sul, 55% dos partos foram normais e no Norte, 70%.
Essa diferença pode se explicar
pela maior concentração de hospitais públicos e privados no Sudeste, Sul e Centro-Oeste e pela maior
dificuldade de acesso aos serviços
no Norte e no Nordeste.
O diretor alerta para o fato de
que metade da mortalidade infantil no
país acontece por causas perinatais associadas ao parto e à atenção
do recém-nascido. "A cesária feita sem orientação gera um grande
número de bebês prematuros."
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