|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRIME NO BROOKLIN
Amigo da família teria dito à estudante que seu irmão, Andreas, a perdoou pelo assassinato dos pais
Suzane ajudou a limpar o quarto após crime
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A estudante de direito Suzane
Louise von Richthofen, 19, ajudou
a limpar o quarto dos seus pais
depois que eles foram assassinados por seu namorado, Daniel
Cravinhos de Paula e Silva, 21, e
pelo irmão dele, Cristian, 26.
Marísia e Manfred von Richthofen foram mortos por volta da
meia-noite do dia 30 de outubro,
no Brooklin (zona sul). Suzane,
Daniel e Cristian confessaram o
duplo homicídio na sexta-feira.
Ontem, o procurador da Dersa,
Denivaldo Barni, amigo da família Richthofen, contou ter dito à
estudante que seu irmão, Andreas, 15, a perdoou. A conversa
teria ocorrido durante visita à tarde. No entanto, a carcereira Darci
Sales, que acompanhou a visita,
disse que não ouviu esse diálogo.
No dia do crime, Suzane abriu a
casa, acendeu a luz do corredor
para que os irmãos vissem as vítimas deitadas na cama, mas não
estava no quarto no momento
dos golpes, segundo a polícia.
Depois, participou da alteração
do cenário do crime, segundo a
Folha apurou. "Tudo indica que
ela entrou no quarto dos pais depois do assassinato para ajudar a
limpar o local", disse o promotor
Marcelo Milani, que acompanhou a investigação.
Um das principais dúvidas da
investigação, segundo Milani, era
a pequena quantidade de sangue
no local para a força dos golpes,
que provocaram traumatismo
craniano nas vítimas.
A polícia chegou a cogitar que
os dois tivessem sido mortos e depois colocados na cama. Conclui-se agora que o local foi limpo pelo
grupo. A própria Suzane providenciou um jarro de água e toalhas para isso. Uma toalha molhada foi encontrada sobre o rosto de
Manfred, segundo policiais.
Outra dúvida era a colocação do
revólver 38 de Manfred ao lado de
seu corpo. A polícia teria encontrado digitais de Suzane no compartimento secreto do closet onde
a arma ficava escondida. Foi também a garota que providenciou o
saco plástico de lixo preto usado
para cobrir o rosto de Marísia.
A polícia falou, na entrevista coletiva de sexta-feira, que a idéia de
matar o casal partiu de Suzane e
de Daniel. Mas, para a Promotoria, a filha foi a mentora do crime.
"Era a única que tinha capacidade intelectual para isso", afirmou
Milani. Aluna do primeiro ano de
direito da PUC (Pontifícia Universidade Católica), Suzane teria
pensado os detalhes da morte, os
cuidados para não deixar vestígios na casa e definido o álibi.
Suzane pegou as luvas cirúrgicas da mãe e repassou aos dois irmãos. Eles também vestiram, por
orientação dela, meia-calça para
não deixar pêlo no local. Esse material, mais as barras de ferro usadas para golpear as vítimas, ainda
não foram achados.
Visita
O procurador da Dersa visitou
Suzane acompanhado por um
homem que não quis se identificar, mas disse ser amigo da família Richthofen há 25 anos.
Segundo a carcereira, a estudante, que chegou a jogar baralho, chorou ao ver os dois homens, que levaram bolachas, leite
e roupas para ela.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Cristian delatou o irmão na última hora Índice
|