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Cristian delatou o irmão na última hora
DA REPORTAGEM LOCAL
Suzane Louise von Richthofen e
o namorado dela, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, tinham resistido à pressão por quase nove
horas e estavam prestes a ser liberados pela polícia, na madrugada
de sexta, quando Cristian Cravinhos de Paula e Silva, o único que
ficaria preso e que estava com medo de assumir sozinho a responsabilidade pelo crime, resolveu
delatar o irmão e a estudante.
Cristian contou uma história incompleta para empurrar a culpa
para o irmão. Ele disse aos policiais que Daniel e Suzane mataram o casal Richthofen, mas negou sua participação no crime.
Ele falou que tinha recebido a visita do irmão na madrugada do assassinato -os dois moram em
casas diferentes-, que lhe pediu
para guardar os dólares.
Essa versão não convenceu os
policiais, mas foi suficiente para
desencadear a série de confissões.
Suzane, Daniel e Cristian foram
colocados estrategicamente em
andares diferentes do prédio do
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Os interrogatórios eram realizados ao
mesmo tempo. A idéia da polícia
era que cada um não ouvisse o
que o outro dizia.
Apesar da confissão inicial de
Cristian, Daniel negou tudo, mas
Suzane se surpreendeu com a delação e contou a história completa. Depois Cristian confessou sua
participação no crime. Resistente,
Daniel foi o último a admitir.
A confissão de Cristian era a última cartada da polícia, que não
tinha provas para pedir a prisão
temporária de Daniel e de Suzane.
Só de Cristian, que tinha comprado uma moto Suzuki 1.100 cilindradas dez horas depois do crime,
utilizando US$ 3.600 roubados da
casa da família Richthofen.
Quando os namorados estavam
prestes a ser liberados, policiais
decidiram dizer a Cristian que ele
teria a prisão temporária decretada e que corria o risco de assumir
sozinho a responsabilidade pelo
duplo assassinato. Minutos depois, ele delatou o irmão.
Ferro de estante
Um laudo da perícia confirma
que o casal foi morto a golpes de
barras de ferro, como descreveu
Daniel aos policiais. Ele disse que
utilizou ferros de uma estante velha para fazer as armas.
Os canos foram preenchidos
com madeira para dar peso e tornar os golpes mais violentos. Com
barras ocas, segundo os peritos, o
casal demoraria muito mais tempo para ser assassinado.
Segundo comparação feita entre três marcas encontradas na cabeceira da cama -duas mais profundas- e na cabeça de Manfred,
ele foi atingido por um cano quadrado, plano, com 50 cm a 80 cm
de comprimento.
Já Marísia foi atingida por um
objeto diferente. Seu corpo tinha
marcas de uma arma que teria
uma ponta em "L", segundo perícia. A arma que a matou não deixou marcas na cama, o que impossibilita maior precisão nas características desse objeto.
(GP)
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