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São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2003

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Assassinato de índio aumenta tensão no RS

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Índios e brancos gaúchos passam por momentos de tensão em Nonoai (393 km de Porto Alegre), onde o índio caingangue surdo-mudo Gean Amantino Pedroso, 22, foi morto na madrugada de sábado, provavelmente a pedradas. A Polícia Federal assumiu ontem a investigação do caso.
A hostilidade entre índios e brancos em Nonoai tem como origem a demarcação de uma reserva no local, que ocupa 34 mil hectares em Nonoai e Planalto.
De acordo com a Funai (Fundação Nacional do Índio), 3.000 hectares da área ainda são ocupados por 150 famílias de brancos, incluindo políticos locais.
O corpo de Pedroso foi encontrado desfigurado, com ferimentos no rosto, às 7h de sábado, em um matagal ao lado da reserva.
""Sempre recebemos ameaças dos brancos. Todos os índios são orientados a não sair muito de casa, principalmente à noite. Sabemos que é perigoso", disse o cacique José Oreste do Nascimento.
O prefeito de Nonoai, Ademar Dall'Asta (PDT), ao lamentar a morte de Pedroso, disse: ""Este que mataram não fazia mal a ninguém, não faz parte de um grupo que faz coisas horríveis para nós".


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