DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de vagas para estacionar o carro no parque Ibirapuera causa disputas tão acirradas entre os usuários que é preciso até a Guarda Civil Metropolitana interferir.
"No mês passado, dois motoristas brigaram feio no estacionamento e foi necessário chamar a Guarda Civil Metropolitana para separá-los", conta o conselheiro do parque Carlos França, que vende água-de-coco perto das vagas que ficam atrás do MAM (Museu de Arte Moderna). Ele diz que sempre há desentendimentos no local.
Para quem se exercita em grupos no parque, o maior problema da dificuldade em encontrar vagas é deixar os colegas esperando ou perder parte do treino. Quando o dia está ensolarado, como ocorreu na quinta-feira passada, a concorrência é ainda maior.
A cirurgiã-dentista Aparecida Gonçalves Brandão, que corre no parque, rodou com o carro pelo estacionamento por meia hora na quinta-feira até encontrar uma vaga.
"Liguei para a professora que me assessora para avisar que ia atrasar. Ela veio me ajudar a estacionar", conta. No entanto, Aparecida parou num local proibido, correndo o risco de ser multada.
Assim como o veículo da dentista, a reportagem viu outros três carros estacionados em local proibido.
Apesar de reclamarem da atual situação, todos os usuários ouvidos pela Folha são contrários à adoção de zona azul no parque.
A engenheira eletrônica Silvia Consorti diz que seria horrível ter de se preocupar em trazer bloquinhos de zona azul e ficar pensando na hora em que tem de tirar o carro da vaga. "Não temos sossego em mais nenhum lugar de São Paulo", afirma.
A auditora Patrícia Cândido, por exemplo, opina que se a área do autorama, um reduto gay do parque, tivesse segurança, a concentração de veículos no estacionamento principal cairia bastante.
"Já cheguei a aguardar 40 minutos para estacionar, mas não tenho coragem de parar no autorama, que é mais vazio."


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