São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Parque Ibirapuera quer adotar zona azul

Direção do parque e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente estudam a implantação da cobrança no estacionamento

Objetivo é criar maior rotatividade e evitar que funcionários de empresas da região ocupem vagas do local; usuários criticam a proposta


AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Motoristas dão voltas e mais voltas no estacionamento, em busca de uma vaga. A espera para estacionar pode chegar a até 40 minutos e, em muitos casos, os motoristas param na rua ou desistem e voltam para casa.
A descrição lembra a de um shopping em época de Natal, mas, na verdade, é cena recorrente no parque Ibirapuera, o mais conhecido e freqüentado de São Paulo.
Em razão da falta de vagas, principalmente nos horários de pico (no início da manhã e no final da tarde), a direção do parque e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente estudam a implantação de zona azul no local.
Dessa forma, evitariam a presença de carros de funcionários de empresas da região e garantiriam maior rotatividade das vagas. Usuários do parque ouvidos pela reportagem, entretanto, são contra a idéia.
"Acho que pagar para poder ir a um parque municipal é demais. Mas concordo que a situação está caótica. Muitas vezes se formam filas na entrada do estacionamento e as pessoas ficam buzinando. Já fiquei muito irritado", diz o publicitário Vinícius Souza, 22, que se exercita no parque cinco vezes por semana. Ele já esperou até 40 minutos por uma vaga e, aos finais de semana, não tenta mais parar dentro do parque e acaba estacionando na ruas.
A advogada Luciana Haga, 29, prefere perder tempo aguardando por uma vaga a deixar o carro do lado de fora do parque. "Acho que lá fora é muito mais inseguro. E ainda tem os flanelinhas", afirma.
Ainda não há detalhes e definição sobre como funcionaria a zona azul no Ibirapuera. Mas se avalia que o preço e os horários teriam que ser diferenciados. O valor cobrado seria menor, por exemplo, que os atuais R$ 1,80 por folha de zona azul para o período de uma hora. A zona azul vale de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, das 7h às 13h.
"A idéia é criar um fluxo para que todos possam aproveitar o parque. Não acabará com o problema de uma vez, mas acredito que melhorará a situação em 70%", diz a administradora do parque, Francisca Cifuentes.
Em julho, ela chegou a mandar um ofício para uma corretora de imóveis da região para pedir que os funcionários da empresa deixassem de usar o estacionamento do local. Entretanto, de acordo com ela, não houve resultado.
"Os engravatados continuam ocupando as vagas durante todo o dia. E impedem que vários usuários estacionem ao longo desse período", afirma.
O Ibirapuera possui cerca de mil vagas de estacionamento. Durante a semana, o parque recebe 20 mil pessoas por dia. Aos sábados, o número chega a 70 mil e, aos domingos, dia mais disputado, a 130 mil.
Outra proposta existente para desafogar o estacionamento seria a criação de garagens subterrâneas. O último projeto, de 2004, previa a construção de quatro garagens, com um total de 5.740 vagas. No entanto, houve muita polêmica e o projeto ficou em suspenso.
Agora, segundo Célia Kawai, diretora do Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes de São Paulo), foi feito um pedido da secretaria do Verde à Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) para que analise a viabilidade da construção das garagens subterrâneas. Elas devem ser feitas embaixo do Obelisco e da área ao lado da entrada principal do parque.
"A zona azul seria uma espécie de paliativo. O que queremos é tirar os carros de dentro do parque e as garagens subterrâneas são uma solução mais definitiva para a questão", diz.
Outro problema relacionado ao estacionamento que a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente tem tentado combater são os flanelinhas, que costumam cobrar dos motoristas R$ 5 por vaga encontrada no entorno do parque.
Segundo Célia Kawai, a maior dificuldade para acabar com o problema é convencer os motoristas lesados a irem até a delegacia denunciar os flanelinhas que atuam no local.


Texto Anterior: Contran define sinais físicos para multa por embriaguez

Próximo Texto: Guarda-civil teve que separar motoristas que disputavam vaga
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.