São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2006

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Locais que permitem cigarro têm quase o dobro de partículas tóxicas

DA REPORTAGEM LOCAL

Bares, restaurantes, estações de trem e bingos que permitem o uso de fumo têm quase o dobro de micropartículas tóxicas exaladas pela fumaça do que os ambientes livres de tabaco.
A constatação faz parte da primeira pesquisa realizada no Brasil sobre concentração de micropartículas com diâmetro inferior a 2,5 microns, invisíveis ao olho humano. Essas partículas finas, comuns na fumaça do cigarro, provocam câncer.
A medição mostrou que ambientes onde se fuma têm 171 microgramas de micropartículas tóxicas por metro cúbico, enquanto nas áreas livres de tabaco esse índice cai para 79.
O levantamento foi feito pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) e pela ACT (Aliança de Controle do Tabagismo) em cinco cidades -Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Pelotas.
A pesquisa é uma iniciativa da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard e do Instituto de Câncer Roswell Park.
O levantamento já foi feito em outros 26 países. O índice brasileiro de microgramas de micropartículas por metro cúbico (171) é inferior aos da França (380), do Reino Unido (285), da Espanha (215), de Portugal (212) e dos EUA (197).
Mas é altíssimo quando comparado ao de países que são pioneiros em politicas contra o tabaco. No Canadá, o índice de microgramas de partículas é de 66, quase um terço da média brasileira. Na Irlanda, onde o fumo em restaurantes e pubs foi proibido, a taxa de micropartículas é de 29. Só a Nova Zelândia (14) tem um índice inferior entre os 26 países. (MCC)


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