São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Orçamento reduz verba de inteligência

Verba para o setor da polícia, segundo projeto no Legislativo, cai de R$ 173,6 mi para R$ 95 mi em 2007

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo reduziu em 45,3%, em relação ao valor deste ano, as verbas destinada a investimentos nos serviços de inteligência policial, tidos pelo próprio governador Cláudio Lembo (PFL) como o mais efetivo instrumento da polícia no combate ao PCC.
O valor caiu de R$ 173,6 milhões para R$ 95 milhões, de acordo com o projeto de Orçamento que está em análise na Assembléia Legislativa.
""Hoje, a inteligência é o setor mais frágil, apesar de ser o mais eficiente no controle do crime organizado", disse o coronel reformado da PM José Vicente da Silva, um dos consultores na área de segurança do plano de governo de José Serra (PSDB).
Em números gerais, a Secretaria da Segurança Pública terá 11,19% a mais de recursos em 2007, na comparação com o Orçamento atual, de R$ 7,4 bilhões para R$ 8,2 bilhões. O percentual é maior do que o crescimento estimado do Orçamento total, que ficou na casa dos 4,6%.
Porém, enquanto as despesas com pessoal (11,81% mais) e de custeio (18,41%) subiram, os investimentos serão menores no ano que vem do que neste.
Ao negociar com o governo federal um auxílio após os atentados do PCC, Lembo descartou 10 mil homens do Exército, uma oferta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Preferiu criar, com a União, uma força-tarefa que agiu basicamente em serviços de espionagem, por de grampos de telefones, identificação de contas bancárias do PCC e monitoramento das ações de seus integrantes. ""A preparação não é para choque na rua. É de inteligência, de localização dos centros de conspiração", declarou Lembo, em agosto.
O valor previsto para investir no governo Serra, ainda segundo a proposta enviada por Lembo, vai cair 28,95%, para R$ 209,1 milhões.
A Folha encaminhou os dados do Orçamento às assessorias de Lembo e do secretário Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança Pública).
Lembo não comentou o assunto até o fechamento desta edição. Já a assessoria de Abreu Filho, que dificilmente continua no cargo com Serra, afirmou que houve investimentos maciços neste ano que serão desnecessários em 2007.


Texto Anterior: Locais que permitem cigarro têm quase o dobro de partículas tóxicas
Próximo Texto: Outro lado: Recurso foi maior em 2006, diz secretaria
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.