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Orçamento reduz verba de inteligência
Verba para o setor da polícia, segundo projeto no Legislativo, cai de R$ 173,6 mi para R$ 95 mi em 2007
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo reduziu em 45,3%, em relação ao valor deste ano, as verbas destinada a investimentos nos serviços
de inteligência policial, tidos
pelo próprio governador Cláudio Lembo (PFL) como o mais
efetivo instrumento da polícia
no combate ao PCC.
O valor caiu de R$ 173,6 milhões para R$ 95 milhões, de
acordo com o projeto de Orçamento que está em análise na
Assembléia Legislativa.
""Hoje, a inteligência é o setor
mais frágil, apesar de ser o mais
eficiente no controle do crime
organizado", disse o coronel reformado da PM José Vicente da
Silva, um dos consultores na
área de segurança do plano de
governo de José Serra (PSDB).
Em números gerais, a Secretaria da Segurança Pública terá
11,19% a mais de recursos em
2007, na comparação com o
Orçamento atual, de R$ 7,4 bilhões para R$ 8,2 bilhões. O
percentual é maior do que o
crescimento estimado do Orçamento total, que ficou na casa
dos 4,6%.
Porém, enquanto as despesas
com pessoal (11,81% mais) e de
custeio (18,41%) subiram, os investimentos serão menores no
ano que vem do que neste.
Ao negociar com o governo
federal um auxílio após os atentados do PCC, Lembo descartou 10 mil homens do Exército,
uma oferta do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Preferiu criar, com a União,
uma força-tarefa que agiu basicamente em serviços de espionagem, por de grampos de telefones, identificação de contas
bancárias do PCC e monitoramento das ações de seus integrantes. ""A preparação não é
para choque na rua. É de inteligência, de localização dos centros de conspiração", declarou
Lembo, em agosto.
O valor previsto para investir
no governo Serra, ainda segundo a proposta enviada por Lembo, vai cair 28,95%, para R$
209,1 milhões.
A Folha encaminhou os dados do Orçamento às assessorias de Lembo e do secretário
Saulo de Castro Abreu Filho
(Segurança Pública).
Lembo não comentou o assunto até o fechamento desta
edição. Já a assessoria de
Abreu Filho, que dificilmente
continua no cargo com Serra,
afirmou que houve investimentos maciços neste ano que
serão desnecessários em 2007.
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