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Blecaute para metrô, complica o trânsito e afeta até hospitais
Menos de uma hora depois do começo do apagão, bombeiros já tinham registrado 18 ocorrências de pessoas presas em elevadores
PM reforçou o policiamento em cruzamentos e em locais de grande concentração; telefones dos bombeiros ficaram sobrecarregados
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Em questão de segundos São
Paulo ficou no escuro. O blecaute afetou metrô, trens, hospitais, semáforos e deixou ruas
congestionadas. Até a conclusão desta edição, a situação não
havia sido normalizada.
Na avenida Paulista, por volta das 22h13, o trânsito ficou
caótico por causa dos semáforos desligados. Centenas de
pessoas tomaram a avenida e
ruas adjacentes.
Estações do metrô fecharam
e os passageiros foram obrigados a ficar do lado de fora, sem
saber para onde ir. Ônibus ficaram lotados.
Em alguns bairros, a energia
chegou a ser restabelecida, mas
a interrupção voltou.
A Polícia Militar reforçou o
policiamento em cruzamentos
e em locais de grande concentração de pessoas, como estações de trem e de metrô e saídas de faculdades. Segundo a
Secretaria da Segurança Pública, não houve confirmação de
casos de arrastão na cidade.
A estudante Tayara Cayres,
21, estava no cursinho quando
acabou a luz. "Todo mundo pegou o celular para iluminar a
sala e se guiar para a saída do
prédio", disse.
Tayara, que caminhou da
Consolação até a Paulista na esperança de pegar o metrô, desistiu. "Vou esperar meu namorado, que está na USP", disse.
Perto dali, uma banca de jornal 24 horas ainda estava aberta. "A trava de segurança para
fechar as portas, que é usada
somente uma vez por ano, está
em outro local", disse o vendedor Wilson Alves Mendes, 37. A
saída foi manter as portas abertas, sem vender nada, pois estava tudo escuro.
Em Perdizes, a filha do dono
de um bar na avenida Afonso
Bovero, Elisa Saraiva, 24, disse
que vai processar a Aneel
(Agência Nacional de Energia
Elétrica). "Eles vão ter que ressarcir o nosso prejuízo", disse.
Segundo ela, por volta da meia-noite, a cerveja já estava esquentando e a refrigeração da
geladeira com os alimentos para o almoço que pretendia servir hoje já não era boa.
Mas os problemas dela não
acabaram aí. Muitos clientes
que estavam no bar iriam pagar
com cartão eletrônico. Como
estava sem luz, o jeito foi liberar as pessoas. "Agora eu conto
com a boa vontade deles para
voltarem aqui amanhã [hoje],
quando espero que a luz já tenha voltado ao normal", disse.
Telefone sobrecarregado
Segundo o Corpo de Bombeiros, foram registradas várias
ocorrências de pessoas presas
em elevadores em vários bairros, como Vila Maria, Luz, Sé,
Santana, Vila Mariana e São
Miguel Paulista. A corporação
informou que estava priorizando o atendimento a pessoas
com problemas de acessibilidade e de saúde.
O supervisor do telefone 193,
plantão de atendimento dos
bombeiros, sargento Cavalcante, disse que para cada ligação
atendida na central havia de
duas a quatro chamadas em espera. A corporação também recebeu relatos de suspeita de incêndios em várias regiões da cidade, mas as ocorrências notificadas eram por causa da fumaça dos geradores.
O telefone de emergência 190
da PM sofreu uma sobrecarga
de ligações e grande parte das
chamadas não foi atendida logo
no início do apagão. Segundo a
assessoria de imprensa da corporação, a maioria delas era de
pessoas amedrontadas que tiveram que ser acalmadas.
Policiais militares que trabalhavam na região de Perdizes
(zona oeste) reclamaram que o
sistema de rádio da polícia, que
é digital, estava oscilando e que
somente as ocorrências consideradas mais graves estavam
sendo transmitidas.
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