São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

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HABITAÇÃO

Terreno em Guarulhos, ocupado por 2.000 famílias, tem contaminação por lixo industrial comprovada pela Cetesb

Alckmin vai remover sem-tetos em 4 meses

DA REPORTAGEM LOCAL

Numa reunião ontem à noite com o prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (PT), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se comprometeu a, em 120 dias, retirar as cerca de 2.000 famílias de sem-teto que, por ordem do Estado, haviam sido transferidas de uma área particular de Osasco para a cidade.
Elas deverão ser encaminhadas para unidades da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) na Grande São Paulo. O cadastramento começa hoje. Enquanto a mudança não ocorrer, o governo vai providenciar água e alimentos, ligações de energia elétrica e instalação de banheiros móveis no local.
A Prefeitura de Guarulhos, que foi contra a instalação dos sem-teto, alegando que não dispunha de estrutura para atendê-los, irá fazer a coleta do lixo do terreno e auxiliar no atendimento médico.
A determinação de um prazo para a remoção das famílias ocorreu no mesmo dia em que a Cetesb (agência ambiental do governo estadual) confirmou que uma parte da área ocupada está contaminada por resíduos de fundição, jogados clandestinamente no terreno, que pertence à CDHU.
A companhia habitacional terá agora de fazer um estudo mais aprofundado sobre as dimensões da contaminação -se , por exemplo, ela atingiu o lençol freático-, retirar e dar destinação adequada ao material encontrado (com a autorização da Cetesb).
A denúncia de poluição havia sido feita anteontem pela Secretaria do Meio Ambiente de Guarulhos. Segundo os técnicos da Cetesb que estiveram ontem no local, 5% da área de 470 mil m2 está comprometida por materiais que causam mal à saúde.
As pessoas alojadas nessa faixa têm de ser deslocadas imediatamente. O governo disse que vai atender à recomendação.
"É o compromisso de um final feliz", disse Pietá após a reunião. Antes do encontro, o prefeito havia reafirmado que os sem-teto não poderiam ficar em Guarulhos mesmo se o Estado lhes desse toda a infra-estrutura necessária, compromisso que fez parte do acordo firmado entre o governo e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) quando da reintegração de posse do terreno de Osasco, na semana passada.
Os líderes do movimento já estavam, porém, se queixando do não-cumprimento das promessas. Segundo eles, só foram entregues 50 das 200 bobinas de lona para barracas e não há transportes para que as crianças possam frequentar a escola em Osasco.
O prefeito de Osasco, Celso Giglio (PSDB), disse que fornecerá ônibus se for acionado pela Secretaria de Estado da Casa Civil.


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