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HABITAÇÃO
Terreno em Guarulhos, ocupado por 2.000 famílias, tem contaminação por lixo industrial comprovada pela Cetesb
Alckmin vai remover sem-tetos em 4 meses
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa reunião ontem à noite
com o prefeito de Guarulhos, Elói
Pietá (PT), o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) se comprometeu a, em 120 dias, retirar as cerca
de 2.000 famílias de sem-teto que,
por ordem do Estado, haviam sido transferidas de uma área particular de Osasco para a cidade.
Elas deverão ser encaminhadas
para unidades da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) na Grande
São Paulo. O cadastramento começa hoje. Enquanto a mudança
não ocorrer, o governo vai providenciar água e alimentos, ligações
de energia elétrica e instalação de
banheiros móveis no local.
A Prefeitura de Guarulhos, que
foi contra a instalação dos sem-teto, alegando que não dispunha de
estrutura para atendê-los, irá fazer a coleta do lixo do terreno e
auxiliar no atendimento médico.
A determinação de um prazo
para a remoção das famílias ocorreu no mesmo dia em que a Cetesb (agência ambiental do governo estadual) confirmou que uma
parte da área ocupada está contaminada por resíduos de fundição,
jogados clandestinamente no terreno, que pertence à CDHU.
A companhia habitacional terá
agora de fazer um estudo mais
aprofundado sobre as dimensões
da contaminação -se , por
exemplo, ela atingiu o lençol freático-, retirar e dar destinação
adequada ao material encontrado
(com a autorização da Cetesb).
A denúncia de poluição havia
sido feita anteontem pela Secretaria do Meio Ambiente de Guarulhos. Segundo os técnicos da Cetesb que estiveram ontem no local, 5% da área de 470 mil m2 está
comprometida por materiais que
causam mal à saúde.
As pessoas alojadas nessa faixa
têm de ser deslocadas imediatamente. O governo disse que vai
atender à recomendação.
"É o compromisso de um final
feliz", disse Pietá após a reunião.
Antes do encontro, o prefeito havia reafirmado que os sem-teto
não poderiam ficar em Guarulhos
mesmo se o Estado lhes desse toda a infra-estrutura necessária,
compromisso que fez parte do
acordo firmado entre o governo e
o Movimento dos Trabalhadores
Sem-Teto (MTST) quando da
reintegração de posse do terreno
de Osasco, na semana passada.
Os líderes do movimento já estavam, porém, se queixando do
não-cumprimento das promessas. Segundo eles, só foram entregues 50 das 200 bobinas de lona
para barracas e não há transportes para que as crianças possam
frequentar a escola em Osasco.
O prefeito de Osasco, Celso Giglio (PSDB), disse que fornecerá
ônibus se for acionado pela Secretaria de Estado da Casa Civil.
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