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TRAGÉDIA
Prefeitura de Angra organizou velórios coletivos
Menina de 13 anos que perdeu toda a família foi salva pela mãe
DO ENVIADO ESPECIAL
Internada em estado grave no
pronto-socorro municipal de Angra dos Reis, a estudante Carolina
Rodrigues Antunes, 13, perdeu
toda a família. Moradora do condomínio de classe média Parque
Ribeira, ela sobreviveu à enxurrada que destruiu sua casa.
Ela ainda não sabe que o pai, o
engenheiro Luiz Antônio Holandino Antunes, 43, a mãe, a professora Débora Rodrigues, 41, e o irmão, Rodrigo Antunes, 20, morreram. Segundo parentes, Carolina foi salva pela mãe.
"Na hora da chuva, Carolina e a
mãe estavam rezando. Quando a
casa começou a desabar, Débora
abraçou a filha e a protegeu. Um
vizinho conseguiu tirar Carolina
dos escombros, mas não evitou a
morte da mãe", disse o major do
Corpo de Bombeiros Júlio César
Carvalho, tio de Carolina.
Carvalho disse que o pai da menina morreu sem realizar seu
grande sonho: terminar de construir a casa. "Ele deixou de pagar
aluguel há pouco tempo para se
dedicar à construção da casa. A
família estava morando em uma
casa improvisada no terreno."
O motorista Luís Carlos Moreira Bastos, 32, viu a casa onde morava no bairro de Areal desabar
sobre ele. Ele escapou da tragédia,
mas perdeu 14 parentes, entre eles
a mãe, Neide da Silva, 56, e quatro
irmãos. "Ouvi um estrondo e as
paredes começaram a cair em cima de mim e de minha mãe. Nunca vi nada tão cruel em toda a minha vida. Não consegui salvar
ninguém", disse ele.
A Prefeitura de Angra dos Reis
organizou velórios coletivos em
escolas e capelas. No fim da tarde,
seis parentes de Bastos ainda estavam sendo velados no Colégio Estadual Artur Vargas. Com a mortes, ele se diz sem condições de ficar em Angra e vai morar com um
tio no Rio.
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