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CÂMARA
Disputa por presidência da Casa provoca disputa
Líder de aliados ameaça engrossar oposição a Marta no Legislativo
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Integrante da base que apóia o
governo Marta Suplicy (PT) na
Câmara e nome que lidera um
grupo de 29 dos 55 vereadores para se eleger presidente do Legislativo no próximo domingo, Antônio Carlos Rodrigues (PL) ameaçou ontem mudar para o grupo
de oposição se houver interferência do governo na disputa.
Ele define interferência como a
possibilidade de um dos parlamentares que já assinaram um
documento de apoio à sua candidatura passar a apoiar o candidato do governo devido, por exemplo, a oferta de cargos no Executivo. "Isso [ir para a oposição" não
precisa nem perguntar", disse sobre eventuais sequelas da disputa.
O vereador do PL não quis falar
ontem sobre a quantidade de parlamentares que o acompanhariam rumo à oposição. Sua candidatura, porém, emplacou devido
ao descontentamento de vereadores, como do PMDB e do PDT,
com o governo devido a vetos a
projetos de vereadores.
Ou seja, se esse grupo for derrotado na sucessão de José Eduardo
Cardozo (PT), o governo vencerá
a disputa pela presidência, mas
poderá enfrentar dificuldade para
aprovar projetos de interesse do
PT já neste ano. Essa dificuldade
não foi enfrentada até agora.
Para o candidato do governo,
Arselino Tatto, a ameaça de Rodrigues não foi surpresa. Para ele,
o grupo já está se comportando
como oposição devido a ameaças
veladas de mudanças em projetos, como fixar em 1% a taxa de
remanejamento de recursos que
Marta poderá fazer no Orçamento de 2003. "Isso [o fato de Rodrigues estar na disputa" significa
que não se trata de uma outra
candidatura da base. No meu entendimento, trata-se de uma candidatura de oposição. A troco de
que querem dar 1%?"
O vereador petista afirmou ontem ter apoio suficiente para ser
eleito presidente da Câmara no
domingo, como seu adversário.
"Então, na Casa deve ter quase 60
vereadores. Está esquisito isso",
disse sobre o fato de seus votos e
os de Rodrigues somarem ao menos 57 parlamentares.
Enquanto a disputa não se encerra, a Câmara enfrenta a paralisação dos trabalhos. Ontem não
houve quórum para abrir duas
sessões. A única votação que poderá ocorrer nesta semana será
para avaliar a indicação pelo governo de Maurício Faria, ex-presidente da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), para uma
vaga de conselheiro do Tribunal
de Contas do Município.
A aprovação ou veto ao nome
poderá ocorrer amanhã. Ontem,
ele foi sabatinado pelos vereadores por duas horas e meia.
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