São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 2003

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No Guarujá, acesso a cinco praias com condomínios de luxo é restrito

FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA

A via-crúcis do turista a caminho do Guarujá, no litoral sul de São Paulo, não acaba após os congestionamentos na estrada. Se ele quiser ir a uma das cinco praias da região da serra do Guaraú, na rodovia Guarujá-Bertioga, ainda pode enfrentar horas de fila.
Envoltas em uma batalha judicial, as praias Branca, Tijucopava, Sítio São Pedro, Iporanga e Taguaíba foram transformadas em áreas de interesse ambiental em 1997, e o acesso a elas ficou restrito a 278 carros de visitantes.
A decisão é polêmica. Para chegar a essas praias, o turista precisa passar por condomínios de luxo. Até 1997, o acesso a elas era reservado exclusivamente aos endinheirados proprietários de terrenos ou imóveis nos loteamentos.
Entre eles estão o atual ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Luiz Carlos Mendonça de Barros.
Uma ação civil pública proposta pela Curadoria de Meio Ambiente do Guarujá conseguiu, em 1997, liberar o acesso às praias. Recursos de ambas as partes liberaram e fecharam o ingresso às praias durante todo aquele ano.
Com a regulamentação da lei 2.567/97, que transformou as áreas em reserva ambiental, chegou-se a uma situação intermediária. O número de carros de visitantes permitido foi estabelecido por meio de um estudo feito pela prefeitura.
Para o curador de Meio Ambiente da cidade na época, Edward Ferreira Filho, a transformação dos condomínios em reserva foi uma manobra para restringir o acesso público ao local.
Um dos integrantes da Sociedade de Amigos do Sítio São Pedro, Roque Abdo, afirma que a liberação total do acesso causaria a destruição da reserva de mata atlântica existente no local.
"A região ainda tem tanta coisa bonita porque os condomínios cuidaram. Há tanta degradação provocada por invasão de mangues, a serra do Mar também está sendo tomada por invasões. Nós estamos preservando", disse ele.
De acordo com a prefeitura, não há restrição para a entrada de visitantes a pé. Para chegar à praia, no entanto, é preciso percorrer um trecho de três quilômetros em terreno íngreme.



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