DA REPORTAGEM LOCAL

Um jovem casal de namorados morreu na manhã de ontem após cair do 10º andar do prédio no qual um deles morava, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. Para a polícia, a hipótese mais provável é que os dois se suicidaram. O caso foi registrado no 14º DP, em Pinheiros, como averiguação de suicídio.
Segundo as investigações da polícia, o universitário Renato Correia Mestres, 22, estava sozinho em seu apartamento, localizado na rua Girassol, quando telefonou para a namorada, a também universitária Renata Zanella Amaral Campos, 23, por volta das 9h. Ela morava em um prédio na mesma rua. A mãe e o padrasto do rapaz haviam saído para trabalhar.
Renata, segundo a polícia, chegou rapidamente ao apartamento do rapaz. Por volta das 10h, os vizinhos ouviram o barulho do choque dos corpos -que caíram na área de lazer do prédio-, contra o chão. "Testemunhas disseram que o barulho era semelhante ao da explosão de um transformador elétrico", disse o delegado José Pereira Lopes Neto, responsável pelas investigações.
Os vizinhos chamaram a Polícia Militar, que preservou o local até a chegada dos peritos do IC (Instituto de Criminalística). Segundo o delegado Neto, uma apuração inicial constatou que os corpos caíram juntos no chão, o que descartaria a possibilidade de um homicídio seguido de suicídio.
"Os depoimentos colhidos até agora reforçam a hipótese de que a queda dos corpos foi simultânea, pois as testemunhas ouviram apenas um estrondo. No entanto, não descartamos nenhuma hipótese.", explicou o delegado. Segundo ele, o casal teria pulado do quarto de Renato, que tem uma pequena janela de correr. Os peritos não encontraram nenhum sinal de que eles brigaram antes de pular e os vizinhos não ouviram gritos. O quarto do rapaz estava trancado por dentro e teve de ser arrombado pela polícia.
Os corpos passarão por exames necroscópico e toxicológico. A polícia apurou que o casal namorava havia cerca de um ano. Recentemente, terminaram o relacionamento e reataram. Renato estudava educação física e Renata, fonoaudiologia. Ele foi operado recentemente para retirar um tumor na cabeça e tomava o anticonvulsivo Idantal. Os familiares não quiseram falar sobre o caso. O delegado Neto pretende ouvi-los em depoimento esta semana.


Texto Anterior: Há 50 anos
Próximo Texto: Acidente: Edifício incendiado é interditado
Índice