Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Foi só um ato administrativo", diz GV
DA REPORTAGEM LOCAL
O vice-diretor da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas,
Paulo Goldschmidt, procurou reduzir a extensão do problema
provocado com a demissão do
professor Marcelo Neves: "Foi um
simples ato administrativo. Apenas isso. Não existe nenhuma razão acadêmica para a demissão",
afirmou.
Folha - Por que a demissão do
professor Marcelo Neves?
Paulo Goldschmidt - Aqui, nós
temos uma preocupação muito
grande com a formação dos alunos. Não é possível um professor
chegar aqui para nós, a uma semana de seu compromisso e nos
dar o ultimato: "Vou acompanhar
as eleições na Alemanha". Nós
não aceitamos.
Aqui, assim como cobramos
presença do aluno -fazemos
chamada, sim-, assim como exigimos que eles freqüentem as aulas e preparem-se para elas, exigimos dos professores dedicação
integral e exclusiva.
Folha - Mas o senhor não acha importante que os professores participem de atividades acadêmicas internacionais?
Goldschmidt - Importante é. Mas
também é importante que haja
respeito com as normas. Nós somos muito informais no relacionamento -este é um traço da
FGV-, mas exigimos o cumprimento dos compromissos. Não é
porque o professor é uma estrela
que se permite a ele qualquer
comportamento. Informalidade é
diferente de falta de seriedade.
Folha - Com tantos e tão importantes intelectuais solidarizando-se ao professor, a GV pensa em reverter a demissão?
Goldschmidt - Não. A decisão é
irreversível. É inaceitável o professor tentar resolver a questão
por intermédio de uma mobilização externa à faculdade, como
aconteceu. Foi ele quem se colocou fora dos quadros da FGV.
Texto Anterior: "Escola é autoritária", afirma docente Próximo Texto: Estradas: Pedágio terá desconto para usuário habitual Índice
|