São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2002

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AMBIENTE

Já foram recolhidas 66,8 t

Mortandade de peixes no Rio supera a de 2001

KARINE RODRIGUES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A mortandade de peixes na lagoa Rodrigo de Freitas (zona sul do Rio) já é maior do que a registrada no Carnaval do ano passado. Até o final da tarde de ontem, 66,8 toneladas de peixe haviam sido retiradas da lagoa.
No ano passado, durante o período da festa, a coleta foi de 56 toneladas. Em 2000, a mortandade atingiu 152 toneladas de peixe, também no Carnaval.
Além das 66,8 toneladas de peixes mortos retiradas até ontem, foram recolhidas na sexta-feira 15 toneladas de pescado vivo, logo após o início da mortandade.
Por causa do baixo nível de oxigênio na água, os peixes buscavam a superfície para respirar e eram recolhidos pelo pescadores da colônia Z-13.
O presidente da Z-13, Ricardo Montalvani, disse estar preocupado com a situação dos 34 pescadores que sobrevivem da pesca: "O pessoal vai ficar sem trabalho pelos próximos três meses."
De acordo com a medição da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), o nível de oxigênio na água da lagoa chegou a 4,0 miligramas por litro ontem à tarde. O padrão é de 5,0 miligramas por litro.
Boletim divulgado na manhã de ontem pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente indicou nível de 1,5 miligrama por litro.
O biólogo Mário Moscatelli disse que um dos fatores que podem ter causado o aumento de oxigênio na água tenha sido a fotossíntese realizada pelas algas. O fenômeno não ocorre durante a noite. "Se durante o dia as algas liberam oxigênio, à noite elas consomem oxigênio. Houve melhora, mas o paciente ainda está na UTI."
Moscatelli está organizando um panelaço, no sábado, para protestar contra a mortandade.
A prefeitura e o Estado afirmam que o calor foi determinante para a morte dos peixes. Técnicos da prefeitura dizem que o Estado errou ao fechar a comporta do canal do Jardim de Alá, que liga a lagoa ao mar. Os técnicos do Estado dizem que o fechamento não teve influência na mortandade.



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