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CARNAVAL
Samba sobre Nordeste anima público
Mangueira
Caio Guatelli/Folha Imagem
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Vestido de cangaceiro, integrante da comissão de frente da Mangueira desfila na Marquês de Sapucaí, no Rio; escola apresentou enredo sobre o Nordeste |
DA SUCURSAL DO RIO
DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Se depender da reação do público, a Mangueira, nona escola a entrar no sambódromo do Rio no
Carnaval deste ano, é forte candidata ao título de campeã, que obteve pela última vez em 1998. Com
um samba de refrão fácil e um poderoso esquema de marketing
-mais de 70 mil bandeiras verde-e-rosa foram distribuídas ao
público-, a escola, que homenageou o Nordeste, foi a primeira a
levantar as arquibancadas do início ao fim do desfile.
Foi um desfile ao mesmo tempo
inovador para a escola, com uso
de outras cores e efeitos tecnológicos nos carros, e tradicional: a
ala das baianas tinha apenas baianas carregando tabuleiros -um
adereço hoje esquecido.
A abertura do segundo dia de
desfile das escolas do Grupo Especial foi marcada também pelo
duelo das comissões de frente. A
Mangueira abriu suas apresentação com os dançarinos liderados
por Carlinhos de Jesus.
Cinco integrantes da comissão
representavam cangaceiros -entre eles Lampião e Maria Bonita.
Cinco outros empurravam malas
de couro de dentro das quais
saíam cinco bailarinas caracterizadas como bonecas de pano. Os
casais dançavam então ritmos como forró, xaxado e baião.
A mãe do presidente dos Estados Unidos, Barbara Bush, não
resistiu: chegou à janela do camarote para fotografar a escola e acenou com uma bandeira verde-e-rosa, cores da Mangueira.
A Porto da Pedra, primeira a
desfilar, tinha uma comissão de
frente com 15 "índios" de 1,90 m,
representando a integração dos
espíritos dos índios coroados com
os espíritos imperiais da serra de
Petrópolis -antigo refúgio da família real.
Nos últimos anos, a comissão de
frente se transformou numa das
principais atrações dos desfiles.
Originalmente formadas pelos integrantes mais antigos das escolas, as comissões tiveram sua concepção mudada pelos carnavalescos. Hoje trazem dançarinos, artistas de circo e coreografias mirabolantes.
Com carros luxuosos, a Porto
da Pedra conseguiu arrancar
aplausos da avenida. Dificilmente
voltará ao grupo de acesso, uma
espécie de segunda divisão do
samba, no qual desfilou em 2001.
(CLEO GUIMARÃES, FERNANDA DA ESCÓSSIA E MARIANA VIVEIROS)
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