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CARNAVAL
No Rio, Justiça proibiu ontem desfile de carro do Salgueiro com imagens de bicheiros; promotoria apura o caso em SP
Império será investigada em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
A Império de Casa Verde, escola
vencedora do Carnaval de São
Paulo, será investigada pelo Ministério Público por supostamente ter praticado apologia ao crime
durante o desfile.
Uma estátua do bicheiro Francisco Plumário Júnior, o Chico
Ronda, foi exibida pela agremiação na avenida. Assassinado em
2003, o patrono da Império foi
acusado de envolvimento com o
jogo do bicho na zona norte. Hoje
seu filhos comandam a escola.
"E por falar em sonhos e conquistas/ Eis um nobre idealista,
revolucionário imperial(...)", são
alguns dos versos dedicados ao
bicheiro no samba da campeã,
"Brasil, se Deus é por nós, quem
será contra nós?"
"O que eu não posso tolerar e
não vou é que indivíduos tidos como delinquentes se projetem bem
socialmente, na mídia, se passando por cidadãos honestos", afirmou o promotor Dimitrius Eugênio Bueri, da 30ª Vara Criminal
do Fórum da Barra Funda, que
abrirá a investigação.
Segundo Bueri, seu foco são as
pessoas responsáveis pela homenagem. Durante o procedimento,
ele decidirá se é necessário pedir
um inquérito policial para o caso.
Bueri afirmou que no curso da
investigação vai verificar se será
necessário ampliar a investigação
para os meios de financiamento
da escola, que nega receber recursos do jogo do bicho. A reportagem não conseguiu ontem ouvir
representantes da agremiação.
A Justiça do Rio proibiu, no fim
da tarde de ontem, que a quinta
colocada, o Salgueiro, saia hoje no
Desfile das Campeãs com o carro
com imagens dos bicheiros e ex-patronos Waldemir Paes Garcia,
o Miro, e seu filho, Waldomiro
Paes Garcia, o Maninho, mortos
em 2004. A escola está proibida
ainda de levar à avenida o filho de
Maninho, conhecido como Mirinho. Em caso de descumprimento, terá de pagar R$ 500 mil.
No início da tarde, o presidente
do Salgueiro, Luiz Augusto Duran
havia confirmado a homenagem.
"Claro que vamos fazer levar o telão", afirmou, pouco antes da
proibição da Justiça.
A Corregedoria da Polícia Civil
do Rio informou ontem que irá
apurar se houve irregularidade
por parte do delegado da Delegacia Anti-Seqüestro, Fernando
Moraes, que na segunda de Carnaval usava uma camisa da diretoria da escola Beija-Flor.
O Ministério Público do Estado
do Rio faz investigação de apologia ao crime supostamente presente nos desfiles do Salgueiro e
da Mocidade Independente de
Padre Miguel, que também homenageou bicheiros.
(FABIANE LEITE E LIGIA DINIZ)
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