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Especialistas querem dados detalhados
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas ouvidos pela Folha encaram com preocupação a
alta de 20% nas mortes de pedestres em 2004 e admitem os efeitos
do corredor de ônibus à esquerda
como uma possibilidade, mas
destacam ser necessária a retomada das análises detalhadas das estatísticas, interrompidas pela
CET, até para confirmar ou negar
as hipóteses e traçar as estratégias
para reduzir o número de vítimas.
O consultor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) Philip Anthony Gold afirma
não se lembrar de outras mudanças -além do Passa-Rápido e demais obras viárias- que possam
ter interferido no resultado e que
a implantação de faixa exclusiva à
esquerda já havia tido impacto no
corredor de ônibus Nove de Julho-Santo Amaro, nos anos 80.
"Ficou evidente que a segurança
dos pedestres foi deixada de lado
em algumas obras feitas em 2004.
Mas a CET precisa analisar com
detalhes os locais [dos casos] para
confirmar os impactos", diz.
Segundo ele, a implantação dos
corredores requer um deslocamento de pessoal para orientar os
pedestres. Ele também sugere que
haja sinalização ostensiva e orientação nas escolas.
Em setembro, a Folha antecipou a preocupação com os atropelamentos nos corredores. No
Ibirapuera, houve seis vítimas nos
11 primeiros dias de inauguração.
A situação era reconhecida pela
CET, que prometia fazer campanha educativa de orientação aos
pedestres. Dias depois, foram feitas faixas com alguns alertas.
Segundo Luiz de Carvalho
Montans, engenheiro da CET, a
gestão Serra já está discutindo
medidas para controlar os acessos
aos pontos de parada e mudar os
hábitos dos pedestres.
"É preciso mapear, até para dimensionar. É uma hipótese, mas
pode haver outras, como problemas de iluminação e excesso de
velocidade", afirma Jaime Waisman, professor da USP, que também sugere um treinamento aos
motoristas de ônibus.
O engenheiro Horácio Figueira
defende um sistema de fiscalização aleatória. "É preciso usar os
fiscais da CET para cuidar da segurança do trânsito, multar na
faixa de pedestre e nos semáforos,
e não para ficarem voltados ao rodízio", defende.
(AI)
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