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Jovens usavam torpedos sem saber de grampo
DA SUCURSAL DO RIO
"Para manter a vida que
eu gosto de ter, eu preciso
fazer isso", declara um dos
jovens de classe média alta
acusado de tráfico, ao ser
questionado por uma interlocutora sobre sua boa
condição de estudo e trabalho. A afirmação está em
escuta telefônica, segundo
o Ministério Público.
Durante quase um ano,
jovens usaram programas
de bate-papo e torpedos
para traficar drogas sem
desconfiar que eram
grampeados. Nem frases
cifradas, linguagem de internet, códigos, abreviações e palavras com sílabas invertidas impediram
que os presos nas operações Nocaute e Trilhas
fossem monitorados pelo
Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.
Nas conversas interceptadas com autorização da
Justiça, eles faziam pedidos de drogas, trocavam
números de contas bancárias e negociavam até armas. Falavam em fuzil,
granada e pistola. "Eles
usavam muito internet,
MSN [Messenger, programa de troca de mensagens
on-line] o tempo todo,
porque provavelmente
achavam que eram imunes a investigação. Usavam SMS [torpedos por
celular], porque só recentemente foi desenvolvida a
tecnologia para interceptar", afirmou o procurador
da República Marcello Miller, que participou da investigação do grupo Nocaute e que ofereceu denúncia de 36 deles.
Segundo o MPF, eles
atuavam como cooperativas e não havia rigidez na
divisão de funções.
"Eles montaram uma
associação com formato
de século 21, uma rede,
uma cooperativa. Essa rede, um grande Orkut do
tráfico, servia a eles", definiu o procurador.
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