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Pai de acusado de integrar grupo diz que filho não tinha dinheiro "nem para sair"
ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO
Acusado de ser o responsável
pela maior movimentação de
dinheiro no grupo de supostos
jovens traficantes, Henrique
Dornelles Forni, 25, era faixa
marrom de judô e preta de jiu-jitsu, morava com a mulher e o
filho de um ano na cobertura do
pai e não tinha dinheiro "nem
para sair". O perfil foi relatado à
Folha por seu pai, o publicitário Paulo de Tarso Forni, 58.
Seis pessoas moram no apartamento na Lagoa (área nobre
da zona sul do Rio) -avaliado
em pelo menos R$ 1,2 milhão-
em que Henrique foi preso.
Forni afirma que, com permissão médica, seu filho fumava maconha desde os 14 anos
no terraço da cobertura.
O publicitário conta com naturalidade que o uso da substância ilegal era permitido pelo
médico do lutador, pois, segundo ele, Henrique sofre de dislexia e fobias.
Para o procurador Marcello
Miller, autor da denúncia,
Henrique Forni tinha relação
comprovada com traficantes.
"Era quase um elo entre o tráfico de asfalto e de morro. Ao
mesmo tempo em que ele era
distribuidor da zona sul, ele arrendava duas bocas-de-fumo
no morro do Turano", diz.
O publicitário é reticente sobre a suposta ligação do filho
com a quadrilha. Ele conta que
o filho ganhava dinheiro com
as aulas de lutas e o ajudando
no trabalho de marketing político em troca de dois salários
mínimos.
O pai não sustenta a inocência do filho, mas diz não ter
presenciado o uso ou tráfico de
outras drogas. "Ele levava roupa para os mendigos que estão
na rua... Tem um um grande
coração. Deveria ser vereador",
diz. "Não digo que é inocente.
Como pai, espero que seja, mas
como ser humano espero que,
se for culpado, pague [pelo crime]", emenda.
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