São Paulo, quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

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Pai de acusado de integrar grupo diz que filho não tinha dinheiro "nem para sair"

ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO

Acusado de ser o responsável pela maior movimentação de dinheiro no grupo de supostos jovens traficantes, Henrique Dornelles Forni, 25, era faixa marrom de judô e preta de jiu-jitsu, morava com a mulher e o filho de um ano na cobertura do pai e não tinha dinheiro "nem para sair". O perfil foi relatado à Folha por seu pai, o publicitário Paulo de Tarso Forni, 58.
Seis pessoas moram no apartamento na Lagoa (área nobre da zona sul do Rio) -avaliado em pelo menos R$ 1,2 milhão- em que Henrique foi preso.
Forni afirma que, com permissão médica, seu filho fumava maconha desde os 14 anos no terraço da cobertura.
O publicitário conta com naturalidade que o uso da substância ilegal era permitido pelo médico do lutador, pois, segundo ele, Henrique sofre de dislexia e fobias.
Para o procurador Marcello Miller, autor da denúncia, Henrique Forni tinha relação comprovada com traficantes. "Era quase um elo entre o tráfico de asfalto e de morro. Ao mesmo tempo em que ele era distribuidor da zona sul, ele arrendava duas bocas-de-fumo no morro do Turano", diz.
O publicitário é reticente sobre a suposta ligação do filho com a quadrilha. Ele conta que o filho ganhava dinheiro com as aulas de lutas e o ajudando no trabalho de marketing político em troca de dois salários mínimos.
O pai não sustenta a inocência do filho, mas diz não ter presenciado o uso ou tráfico de outras drogas. "Ele levava roupa para os mendigos que estão na rua... Tem um um grande coração. Deveria ser vereador", diz. "Não digo que é inocente. Como pai, espero que seja, mas como ser humano espero que, se for culpado, pague [pelo crime]", emenda.


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