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ACIDENTE
Navio com 200 passageiros naufragou no rio Madeira, no Amazonas; sobreviventes falam em excesso de peso
Naufrágio mata 4 e deixa 50 desaparecidos
JAIRO MARQUES
da Agência Folha
LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém
Uma embarcação com cerca de
200 passageiros naufragou na noite de anteontem nas proximidades
de Manicoré (AM), no rio Madeira. Segundo a Polícia Militar, até a
tarde de ontem, quatro corpos haviam sido resgatados.
Entre eles, estava o de uma criança de um ano e oito meses.
Cerca de 50 pessoas continuavam desaparecidas até as 18h de
ontem (horário de Brasília). A PM
chegou nesse número contando os
parentes e amigos reclamados por
sobreviventes do naufrágio.
O Ana Maria 8ª estava com o certificado de segurança vencido desde de maio de 98, segundo a Capitania dos Portos de Manaus.
O acidente, segundo a PM, aconteceu anteontem por volta das 22h
locais (0h horário de Brasília), a
cerca de 10 milhas marítimas de
Manicoré -equivalente a 18,5 km
pelo rio.
A embarcação, segundo relatos
de sobreviventes e da PM, não teria
resistido ao excesso de peso e,
quando entrou em um rebojo (redemoinho causado pela sinuosidade do rio), acabou tombando e
afundando rapidamente.
Pelo menos quatro turistas estrangeiros estavam dentro do barco. Equipes de salvamento do governo do Amazonas, do Corpo de
Bombeiros (com mergulhadores)
e da Capitania dos Portos foram
mandadas de Manaus (AM) e de
Porto Velho (RO) para fazer as
buscas no rio Madeira.
Desde a madrugada de ontem,
pessoas se aglomeravam no porto
de Manicoré tentando ajudar no
resgate aos sobreviventes.
Profundidade
Segundo o governo do Amazonas, a profundidade do local onde
o barco naufragou varia de 30 a 40
metros. O governo informou também que vítimas ainda poderiam
estar presas nas ferragens do barco
no fundo do rio. O Ana Maria 8ª
-embarcação construída em
1993- fazia a rota Porto Velho-Manaus-Porto Velho quinzenalmente. A viagem entre as capitais
demora quatro dias.
De acordo com a Capitania dos
Portos de Manaus, o barco saiu de
Porto Velho (RO) às 20h de terça-feira com 15 toneladas de grãos, legumes e verduras, e 105 passageiros. A lista de sobreviventes da PM
de Manicoré era de 118 pessoas ontem à tarde, com quatro mortos,
além dos desaparecidos. A diferença se explica pelo fato de que, ao
longo da viagem, o barco faz paradas para recolher passageiros.
O barco aportou em Humaitá
(777 km ao sul de Manaus), às 8h15
de quarta-feira, onde dois carros,
além de cargas e passageiros embarcaram, segundo relatou uma
passageira à Agência Folha.
O barco tinha capacidade para
150 passageiros. Seu tipo é conhecido como "regional", uma embarcação de madeira, com porão e espaço para abrigar pessoas em redes.
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