FÁTIMA GIGLIOTTI
de Paris

Na França, 92% dos medicamentos vendidos ao consumidor (cerca de 4.000) são reembolsáveis. Ou seja, de acordo com a classificação dos medicamentos realizada pelo SMR (Sistema Médico de Reembolso), o consumidor pode ser reembolsado de 35%, 65% ou 100% do preço pago.
Para viabilizar o sistema de reembolso, o Comitê Econômico de Medicamentos determina, em parceria com a indústria farmacêutica, o preço final do remédio.
Noel Renaudin, do comitê, explica esse procedimento.
"Para cada medicamento, há um processo de discussão a partir da apresentação da proposta de preço pelo laboratório fabricante do medicamento, ao final do qual o preço é fixado e publicado no "Diário Oficial". Desde que consigamos um preço razoável para os dois interessados, a margem de lucro dos laboratórios não interessa ao governo, não importa."
É em razão desse procedimento, que Renaudin afirma não haver uma política de controle ou de fixação de margem de lucro dos laboratórios no país. "Nós decidimos o preço final de cada medicamento por meio de um acordo entre a indústria e o governo."
A indústria farmacêutica afirmou, em relatório recente, que "entre 1980 e 1998 o índice de custo de vida dobrou (cerca de 113%) na França, enquanto o índice dos preços dos produtos farmacêuticos aumentou 34%", diz o relatório.


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