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VIOLÊNCIA
Tipo de crime cresce 69% de 98 para 99; classe média alta é o novo alvo das quadrilhas de Campinas
Sequestro aumenta no interior de SP
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
A Grande Campinas disputa
com a região metropolitana de
São Paulo o título de capital dos
sequestros no Estado.
Metade dos casos registrados
este ano ocorreu no interior, mais
precisamente na região de Campinas, onde houve três únicos crimes no ano passado inteiro.
A última vítima do eixo campineiro foi o empresário Luiz André
Matarazzo, 52, primo do senador
Eduardo Suplicy (PT), sequestrado no começo da semana com o
filho de 12 anos em Indaiatuba
(110 km de São Paulo).
Historicamente, segundo a polícia, o sequestro era mais frequente na capital, onde estão os escritórios dos banqueiros e dos industriais mais ricos e famosos.
Agora, a classe média alta é que
está na mira da quadrilha campineira. ""As vítimas estão sendo escolhidas aleatoriamente pelo tipo
de carro que dirigem", afirma o
delegado Marcos Carneiro Lima,
42, da Delegacia Anti-Sequestro
de São Paulo.
Dos seis casos deste ano, em
apenas um há o nome de um empresário famoso. Os demais se enquadram no novo perfil de vítima
descrito pela polícia.
Situação
Nos últimos dois anos, os casos
de sequestro no Estado aumentaram 69,23% -crescimento recorde desde 97. Houve 13 crimes
em 98, contra 22 no ano passado.
"Está havendo uma banalização
do sequestro", disse o delegado.
Os integrantes da quadrilha que
age no interior de São Paulo já sequestraram empresários em Capivari e Jundiaí.
A estratégia tem sido sempre a
mesma: aguardam as vítimas perto de condomínios, clubes ou
próximo de empresas.
Na semana em que Matarazzo e
o filho desapareceram, a polícia
havia registrado duas outras tentativas na região de Indaiatuba
(Grande Campinas).
As vítimas são interceptadas na
estrada ou em ruas desertas. Depois, são levadas para abrigos improvisados no meio do mato e
que servem como cativeiros provisórios durante as negociações
sobre o valor do resgate.
O grupo pode ter arrecadado
mais de R$ 400 mil nos três sequestros -mais do que o obtido
em assaltos a agências bancárias.
Segundo a polícia, a maioria dos
sequestradores foi identificada,
mas continua foragida. Eles faziam parte de um núcleo desmontado no ano passado e que
está sendo reativado. ""Temos informações que eles contrataram
até adolescentes como mão-de-obra", disse Lima.
Bem armados e equipados, os
integrantes usam fuzis e obstáculos móveis para perfurar pneus
dos carros das vítimas.
O sequestro é crime hediondo,
punido com pena severa e inafiançável, desde o caso do empresário Abílio Diniz, dono do Grupo Pão de Açúcar, em 89. O fato
da vítima permanecer mais de 24
horas no cativeiro serve como
agravante da pena.
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