São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PUC

Atraso na remuneração e no pagamento de parcelas do 13º e do acordo salarial do ano passado provocam paralisações

Professores ameaçam entrar em greve

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Por conta de atrasos sistemáticos de salários, do não recebimento da segunda parcela do 13º e da demora no cumprimento do acordo salarial de 2003, os professores da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) realizarão uma paralisação na próxima quinta-feira e ameaçam entrar em greve caso não haja acordo com a reitoria.
Na última quarta, os docentes já realizaram uma paralisação para a discussão das propostas da reitoria, que não foram aprovadas em assembléia.
Os professores pedem a segunda parcela do 13º, o ressarcimento das perdas salariais sofridas com os atrasos no pagamento que ocorrem desde maio do ano passado e o cumprimento do acordo salarial de 2003 -que previa a parcela de 7,8% do reajuste a partir de setembro passado. O reajuste só foi aplicado em 1º de janeiro.
A proposta da reitoria recusada previa o parcelamento do pagamento dos 7,8% em três vezes (em março, junho e setembro) e do saldo devedor do 13º salário em duas vezes (em agosto e outubro), e a aplicação do índice de 7,47% de um salário vigente em dezembro de 2003 para a correção das perdas salariais provocadas pelos atrasos em seu pagamento.
Outro ponto bastante discutido pelos professores que ameaçam entrar em greve é a redução, feita no início deste ano, de horas letivas nos contratos de alguns docentes. "Muitos tiveram seus contratos reduzidos unilateralmente, por decisão da vice-reitoria acadêmica. Há um conflito entre aquilo que os professores adquiriram como direito ao longo de suas carreiras e a redução proposta pela reitoria", disse Priscila Cornalbas, 52, diretora da Apropuc (associação de docentes).
A redução das horas letivas e o aumento das mensalidades são apontados como outros indicativos da crise. As mensalidades subiram 13,5% em 2004 -quando a inflação de 2003, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ficou em 9,3%.
Procurado pela Folha, o reitor da PUC, Antônio Carlos Caruso Ronca, não quis comentar o caso.
Até a paralisação da próxima semana, os professores pretendem negociar com a reitoria os pagamentos atrasados e as reduções feitas nos contratos de trabalho. Na quinta, dia da paralisação, haverá reuniões sobre as discussões da semana. "Se as unidades não conseguirem negociar com a reitoria ou a discussão tenha ocorrido sem avanços, haverá outra assembléia pautada com indicativo de greve", afirma Cornalbas.
No ano passado, a PUC teve uma greve de funcionários em maio e uma ameaça de greve dos professores em outubro.


Texto Anterior: Projeto leva interatividade a aulas de física
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.