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PUC
Atraso na remuneração e no pagamento de parcelas do 13º e do acordo salarial do ano passado provocam paralisações
Professores ameaçam entrar em greve
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Por conta de atrasos sistemáticos de salários, do não recebimento da segunda parcela do 13º
e da demora no cumprimento do
acordo salarial de 2003, os professores da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
realizarão uma paralisação na
próxima quinta-feira e ameaçam
entrar em greve caso não haja
acordo com a reitoria.
Na última quarta, os docentes já
realizaram uma paralisação para
a discussão das propostas da reitoria, que não foram aprovadas
em assembléia.
Os professores pedem a segunda parcela do 13º, o ressarcimento
das perdas salariais sofridas com
os atrasos no pagamento que
ocorrem desde maio do ano passado e o cumprimento do acordo
salarial de 2003 -que previa a
parcela de 7,8% do reajuste a partir de setembro passado. O reajuste só foi aplicado em 1º de janeiro.
A proposta da reitoria recusada
previa o parcelamento do pagamento dos 7,8% em três vezes (em
março, junho e setembro) e do
saldo devedor do 13º salário em
duas vezes (em agosto e outubro),
e a aplicação do índice de 7,47%
de um salário vigente em dezembro de 2003 para a correção das
perdas salariais provocadas pelos
atrasos em seu pagamento.
Outro ponto bastante discutido
pelos professores que ameaçam
entrar em greve é a redução, feita
no início deste ano, de horas letivas nos contratos de alguns docentes. "Muitos tiveram seus contratos reduzidos unilateralmente,
por decisão da vice-reitoria acadêmica. Há um conflito entre
aquilo que os professores adquiriram como direito ao longo de
suas carreiras e a redução proposta pela reitoria", disse Priscila
Cornalbas, 52, diretora da Apropuc (associação de docentes).
A redução das horas letivas e o
aumento das mensalidades são
apontados como outros indicativos da crise. As mensalidades subiram 13,5% em 2004 -quando a
inflação de 2003, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ficou em 9,3%.
Procurado pela Folha, o reitor
da PUC, Antônio Carlos Caruso
Ronca, não quis comentar o caso.
Até a paralisação da próxima semana, os professores pretendem
negociar com a reitoria os pagamentos atrasados e as reduções
feitas nos contratos de trabalho.
Na quinta, dia da paralisação, haverá reuniões sobre as discussões
da semana. "Se as unidades não
conseguirem negociar com a reitoria ou a discussão tenha ocorrido sem avanços, haverá outra assembléia pautada com indicativo
de greve", afirma Cornalbas.
No ano passado, a PUC teve
uma greve de funcionários em
maio e uma ameaça de greve dos
professores em outubro.
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