|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CLIMA
Há risco iminente de colapso no abastecimento de água para a população em 56 localidades; previsão é de pouca chuva
Seca coloca 69 cidades de SC em emergência
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
A forte estiagem que assola a
maior parte de Santa Catarina colocava em situação de emergência, até ontem, 69 dos 293 municípios do Estado. A Defesa Civil vê
risco iminente de colapso no
abastecimento de água para a população em 56 localidades. No
Rio Grande do Sul, a seca afeta
com gravidade 116 cidades.
Uma força-tarefa formada por
vários órgãos estaduais traçou
ontem estratégias para tentar diminuir o impacto da falta de água
em território catarinense. A intensificação da perfuração de poços artesianos, a avaliação do potencial de captação, campanhas
de conscientização da população
e a adoção de medidas de contenção de gastos de água são algumas
das ações a serem tomadas.
De acordo com a Casan (Companhia Catarinense de Águas e
Saneamento), 16 municípios enfrentam rodízio ou problemas
pontuais no fornecimento de
água no perímetro urbano. Os
problemas mais graves, porém,
estão nas zonas rurais, onde pequenos produtores perdem plantações inteiras, animais morrem
de sede e a população precisa ser
atendida por carros-pipa.
"O nosso prejuízo na agricultura chega a R$ 35 milhões e a perda
na safra de feijão chega a 60%. Estamos colocando o maquinário
da prefeitura à disposição das fazendas que precisam abrir poços", disse o prefeito de Campos
Novos, Nelson Cruz (PMDB).
A Prefeitura de Maravilha, que
tem cerca de 20 mil habitantes e
entrou em emergência, calcula
que, se não chover nos próximos
dez dias, não haverá como evitar
racionamento. Com o decreto de
situação de emergência, os prefeitos ficam dispensados de realizar
licitações e de pagar impostos federais em ações de combate aos
efeitos da estiagem.
Segundo o Climerh (Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa Catarina),
em fevereiro não choveu nem metade da média histórica em praticamente todas as regiões catarinenses. Em Itapiranga, oeste do
Estado, em emergência há 16 dias,
choveu 17% dos 181,7 mm esperados. Florianópolis teve apenas
24% da precipitação normal, que
é de 402,6 mm, e em Urussanga,
no sul do Estado, o índice pluviométrico ficou em 61,1 mm, sendo
que o esperado é 224,4 mm.
A estiagem no Sul, segundo os
meteorologistas, não tem relação
com fenômenos globais, como o
El Niño. A constante presença de
massas de ar frio e seco na região
durante o verão, que fez baixar as
temperaturas e impedir a formação de nuvens carregadas, poderia justificar a seca. Para os próximos três meses, a previsão é que
as chuvas ainda sejam escassas.
Texto Anterior: Polícia: Fugitivos são resgatados em alto-mar Próximo Texto: 124 municípios gaúchos sofrem com estiagem Índice
|