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Nova lista de procedimentos leva planos de saúde à Justiça
Sindicato aponta risco de desequilíbrio financeiro
DA REPORTAGEM LOCAL
O Sinamge (Sindicato Nacional das Empresas de Medicina
de Grupo) entrará com uma
ação na Justiça Federal em razão da nova lista de procedimentos de cobertura obrigatória pelos planos de saúde, que
passa a vigorar em 2 de abril.
A lista, divulgada em janeiro
pela ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar), inclui
quase duzentos novos procedimentos, entre eles vasectomia,
sessões de psicoterapia, fonoaudiologia e nutrição.
O Sinamge representará 300
operadoras associadas a
Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo).
"A expectativa é ingressar na
Justiça a partir do meio deste
mês", informou ontem a entidade. A alegação será o risco para o equilíbrio econômico financeiro da entidade.
Isso porque a ANS divulgou
que, neste ano, observará o impacto da nova lista para determinar o reajuste a ser dado em
2009, contemplando possíveis
novos gastos das operadoras.
Acionando a ANS, o segmento espera conseguir aumento
ainda neste ano ou fazer valer o
rol somente para planos novos.
"Apenas os planos feitos a
partir de agora deveriam ter
que cobrir os novos procedimentos. Acertamos um contrato por um determinado preço e
agora ele pode ser alterado unilateralmente", afirma João Batista Caetano, diretor de integração cooperativista da Unimed do Brasil.
Já a Fenasaúde, que calcula
representar 29% do setor, incluindo seguradoras e outras
operadoras, diz que a negociação é a melhor solução. "Tentamos sensibilizar a ANS para o
impacto da mudança para as
operadoras", afirma Solange
Mendes, diretora-executiva.
O setor de entidades filantrópicas, representado pela Confederação das Santas Casas de
Misericórdia, também considera a negociação o melhor caminho, já que uma ação na Justiça
poderia demorar.
Por meio de nota, a ANS afirmou ontem que não foi notificada oficialmente a respeito de
qualquer pedido de liminar e
disse acreditar que não haverá
impacto significativo devido à
ampliação do rol, já que muitos
procedimentos já eram oferecidos pelas operadoras.
Os novos procedimentos serão válidos para planos contratados após 1º de janeiro de 1999
-regidos pela lei 9.656, que estabeleceu regras para o setor-
e deverão beneficiar cerca de
26 milhões de pessoas. Planos
anteriores seguem valendo
com os contratos já realizados
entre a operadora e o cliente.
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