São Paulo, Sexta-feira, 12 de Março de 1999
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SEGURANÇA
Padre Marcelo Rossi questiona interdição de santuário e reza missa em trio elétrico na rua para 30 mil pessoas
Igreja mostrará laudos de seus templos

do "Notícias Populares"

A Igreja Católica fechou um acordo ontem com a Secretaria da Habitação e o Ministério Público em que se compromete a apresentar até maio laudos sobre o estado de segurança de todas as 1.400 igrejas existentes em São Paulo.
A igreja terá então um ano para realizar obras ou legalizar obras já existentes. Acordo semelhante havia sido firmado com a Igreja Universal do Reino de Deus, após acidente em um templo em Osasco.
O acordo com a Igreja Católica foi firmado um dia depois de o Santuário do Terço Bizantino, onde o padre Marcelo Rossi realiza suas missas, ter sido interditado pelo Contru, órgão que fiscaliza imóveis, por falta de segurança.
"O local recebe muita gente e, com o som alto, que se propaga, e as aberturas laterais que foram criadas, levando a uma forte circulação de vento, o telhado virou uma grande pipa, que pode cair sobre as pessoas", disse o diretor do Contru, Carlos Alberto Venturelli.
Terão também de ser colocados pára-raios, proteção para as estruturas metálicas, cadeiras fixas, e a parte elétrica deverá ser trocada.
O padre Marcelo Rossi questionou ontem a interdição. "Não sei se existe perigo, mas acho muito estranho interditarem o Santuário um dia antes da missa. Temos um laudo de 98 em que o engenheiro atesta que está tudo em ordem no galpão", disse.
Segundo Venturelli, foi esse laudo que chamou a atenção da prefeitura quanto ao santuário. "O engenheiro já apontava problemas no telhado", disse.
Ontem o padre Marcelo rezou sua missa pela manhã na rua, em cima de um trio elétrico, reunindo 30 mil pessoas, e deveria repetir o feito à noite. Moradores já ameaçaram ir à Justiça se o padre continuar a rezar as missas na rua.
"Quero voltar a rezar no Santuário na próxima quinta. Espero que o teste da sonoridade no telhado seja concluído logo e prove que está tudo bem no galpão. Nesse período, as missas serão realizadas na rua. Não ligo de rezar na rua, mas acho que isso é uma falta de respeito com o povo", disse o padre Marcelo Rossi.
Ontem, o secretário da Habitação, Lair Krahenbuhl, ofereceu a dom Fernando Figueiredo, bispo da Diocese de Santo Amaro, realizar as missas no Anhembi. Mas até a noite de ontem d. Fernando ainda não havia decidido se aceitaria.


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