São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2001

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LIXO EM SP

A Transpolix está também sob investigação do Ministério Público em Bauru; empresa diz que processo em SP foi resolvido

Escolhida teve contrato irregular em 97

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Transpolix Transportes Especiais, que ontem ganhou um contrato para varrição e coleta de lixo nas administrações regionais de Aricanduva e Mooca, teve um contrato considerado irregular pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).
A empresa prestou serviço para a Prefeitura de São Paulo na regional de Vila Prudente em 1997. O trabalho nessa regional estava sob responsabilidade inicial da Cavo, mas a Transpolix acabou exercendo a função.
Em maio do ano passado, a Cavo desistiu de fazer o serviço de limpeza na cidade. As áreas nas quais atuava foram divididas entre a Vega (Vila Mariana, Vila Prudente, Ipiranga e parte do Jabaquara) e a Marquise (Aricanduva e Mooca).
O conselheiro Edson Simões, em decisão publicada na edição de 30 de setembro de 1999 do "Diário Oficial" do Município, considerou irregular o termo aditivo 2/97 ao contrato porque, segundo ele, a Secretaria de Serviços e Obras (SSO), à qual o Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) está vinculado, não poderia ter permitido o aditamento. Simões denunciou a empresa ao Ministério Público e mandou abrir uma sindicância na SSO para saber o motivo do aditamento.
Carlaide Viana, do departamento jurídico da Transpolix, confirmou que a empresa trabalhou para a prefeitura, mas disse que não houve nenhum problema na contratação e que o processo do TCM foi solucionado.
A empresa também está sendo investigada pelo Ministério Público de Bauru (343 quilômetros ao noroeste da capital paulista). Segundo a denúncia, apresentada no ano passado, a Transpolix prestava serviço para a prefeitura daquela cidade e, ao mesmo tempo, trabalhava para uma empresa particular.
Entretanto o lixo recolhido dessa empresa, de acordo com a denúncia, era pesado juntamente com o da prefeitura, que acabava pagando pelo serviço.
Além disso, um motorista da empresa afirmou, em depoimento ao Ministério Público, que os caminhões já saíam da garagem com água na carroceria compactadora de lixo. Com isso, o peso aumentaria, assim como o valor que a empresa recebia.
O promotor da Cidadania de Bauru, Fernando Masseli Helene, afirmou que na semana que vem ele irá tentar um acordo com a empresa. Ele disse que, caso não consiga, irá propor uma ação civil pública.
Carlaide Viana afirmou que essa denúncia é "infundada". Segundo ela, a Transpolix prestou serviço à Prefeitura de Bauru "há muito tempo" (entre 1995 e 1998) e que a denúncia é "um problema político". Ela não especificou, porém, que o que teria acontecido.


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