DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria das igrejas históricas da região central de São Paulo não ganharam o mesmo destino da de São Cristóvão. Segundo o bispo-auxiliar da capital, dom Gil Antônio Moreira, cerca de 15 estão em estado avançado de deterioração. As igrejas da Consolação, São José do Brás e Santa Luzia são as que exigem reformas urgentes.
Dom Gil preside a Comissão Arquidiocesana dos Bens Culturais, fundada em setembro do ano passado para cuidar das igrejas que são patrimônio histórico ou guardam objetos de arte valiosos. "Muitas estão em processo de restauro, outras não", afirma.
Para o monsenhor Arnaldo Beltrami, do Vicariato de Comunicação, essa é uma riqueza que a maioria dos paulistanos desconhece. As igrejas da capital, por exemplo, possuem 54 órgãos de tubo. O destaque é a catedral da Sé, cujo órgão tem 10 mil tubos e é o maior da América Latina.
A catedral também está sendo reformada. A primeira etapa das obras, que irão transformá-la em um templo-museu, será concluída em dezembro.
A situação da catedral era dramática. Pedaços do teto caíam sobre os fiéis, por causa das infiltrações. A torre que fica do lado direito tem um carrilhão com 84 sinos, com peso de 20 toneladas, que há tempos não era acionado, pois havia o risco de a torre cair.

Segurança
Além da recuperação histórica das igrejas, a arquidiocese está às voltas com as exigências do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis) em relação à segurança das construções.
De acordo com o monsenhor Beltrami, 50% das 280 paróquias da Arquidiocese de São Paulo estão envolvidas em um acordo com a prefeitura.
O território compreendido pela arquidiocese não inclui, por exemplo, as regiões de Santo Amaro, Campo Limpo (zona sul), e São Miguel Paulista (zona leste).
"São problemas como falta de extintores, sinalização de emergência, portas travadas inadequadamente, entre outros", diz o diretor do Contru, engenheiro Cleyton Claro da Costa.
Porém, segundo ele, poucas paróquias apresentam casos de risco relevante para a população.


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