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VIOLÊNCIA
Negociação para liberar menino durou oito horas; dona-de-casa também tentou matar ex-amante, que a teria abandonado
Mulher faz filho como refém e se suicida
DO "AGORA"
Uma mulher de 29 anos disparou quatro tiros contra o ex-amante, fez o filho como refém e
cometeu suicídio ontem, em
Osasco (Grande SP).
Ana Lúcia de Souza tentou matar João Pacheco Mendonça Filho, 40, seu ex-amante, por volta
das 8h. O atentado aconteceu em
frente à casa dele, na avenida Iara,
no bairro Cidade de Deus.
De acordo com a Polícia Militar,
ela disparou quatro vezes em direção a Mendonça Filho, mas não
conseguiu acertá-lo. O tenente
aposentado do Exército Manoel
Pedro Lucena, 63, estava em um
bar próximo e foi atingido por um
dos tiros na perna direita. Ele foi
atendido no pronto-socorro do
Hospital Antônio Giglio e liberado em seguida.
Após tentar matar o ex-amante,
Ana Lúcia foi para sua casa, a alguns quarteirões de distância, na
rua Doutor Mário Milani. De
acordo com vizinhos, ela cumprimentou as pessoas e aparentava
tranquilidade. Minutos depois,
um carro da Polícia Militar parou
na frente da casa de Ana Lúcia para detê-la.
O soldado Willian Antônia Arruda disse que, ao chegar à casa,
ela trancou a porta e pela janela da
cozinha afirmou que mataria o filho M.H.S., 8, e cometeria suicídio
em seguida.
Às 9h, mais de 50 policiais civis e
militares estavam no local. No início, Mendonça Filho tentou convencer a ex-amante de desistir da
idéia, mas, como ela aparentava
estar muito nervosa, os policiais
pediram para que ele se afastasse
do local.
Oito horas
A negociação para a libertação
de M. durou oito horas e foi conduzida pelo major Silas Santana,
do 14º Batalhão da Polícia Militar,
e pelo capitão Berlucca, do Gate
(Grupo de Ações Táticas Especiais). O irmão de Ana Lúcia, um
policial civil identificado apenas
como Gilberto, também tentou
conversar com ela, mas os dois
acabaram discutindo.
Durante as negociações, policiais tentaram entrar pelos fundos
e pelo telhado da casa, mas o filho
de Ana Lúcia percebia a ação e
avisava a mãe.
De acordo com a PM, em nenhum momento da ação Ana Lúcia apontou a arma para o garoto,
que ficou andando pela casa.
Suicídio
Às 17h15, M. foi libertado. Uma
hora depois, Ana Lúcia foi para
um quarto da casa e deu um tiro
no próprio peito. Ela chegou a ser
levada com vida ao Hospital Antônio Giglio, mas não resistiu ao
ferimento.
No quarto onde Ana Lúcia cometeu suicídio, os policiais encontraram um coração desenhado. Dentro do desenho estava escrita a frase: "João, eu te amo".
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