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Andifes classifica o programa Universidade para Todos como uma "compra de vagas" nas instituições particulares
Reitores de federais criticam novo projeto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Reitores das instituições federais de educação superior se manifestaram contra a nova proposta do governo de abertura de vagas "públicas" em universidades
privadas brasileiras, como forma
de atender a demanda do setor.
Classificado como "compra de
vagas nas particulares" por críticos do programa, o Universidade
para Todos rendeu até um manifesto contrário da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes
das Instituições Federais de Educação Superior) mesmo antes de a
entidade conhecer o texto final do
projeto elaborado pelo governo.
"A expansão do ensino superior
deve ser feita via universidade pública. Renúncia fiscal é uma forma de pôr recurso público. Gasta-se até mais com Fies [o programa
de financiamento para alunos
com escolas privadas] do que
com as federais", afirma a reitora
Wrana Marina Panizzi, presidente da Andifes.
Para comprovar o argumento,
Panizzi lembra que as instituições
federais de educação superior receberão neste ano cerca de R$ 610
milhões para custeio das universidades. De acordo com ela, as instituições precisariam, no mínimo,
de mais R$ 66 milhões para manter as contas em dia.
Relatório
O relatório da gestão do ex-ministro da Educação Cristovam
Buarque, produzido em dezembro do ano passado, aponta que já
neste ano seriam necessários R$
759 milhões para a manutenção
das federais. Esse valor, segundo
estimativa, deve alcançar o patamar de R$ 1,01 bilhão em 2007.
"Tivemos uma redução de 24%
na verba de custeio entre 1995 e
2002, além de queda de 70% no
investimento", completa Panizzi.
Já o Fies, que substituiu o crédito educativo, tem reservado no
Orçamento da União deste ano
R$ 829 milhões. O número de alunos a serem beneficiados em 2004
ainda está indefinido.
Desde que foi implantado, em
1999, o Fies atendeu a 218 mil estudantes. Mas o custo de administração é alto (atingiu R$ 42 milhões), e a falta de pagamento já
está em 22%. Por isso, a idéia do
MEC é que, ao manter o Universidade para Todos, o financiamento seja substituído gradualmente.
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