São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2004

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Andifes classifica o programa Universidade para Todos como uma "compra de vagas" nas instituições particulares

Reitores de federais criticam novo projeto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Reitores das instituições federais de educação superior se manifestaram contra a nova proposta do governo de abertura de vagas "públicas" em universidades privadas brasileiras, como forma de atender a demanda do setor.
Classificado como "compra de vagas nas particulares" por críticos do programa, o Universidade para Todos rendeu até um manifesto contrário da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Superior) mesmo antes de a entidade conhecer o texto final do projeto elaborado pelo governo.
"A expansão do ensino superior deve ser feita via universidade pública. Renúncia fiscal é uma forma de pôr recurso público. Gasta-se até mais com Fies [o programa de financiamento para alunos com escolas privadas] do que com as federais", afirma a reitora Wrana Marina Panizzi, presidente da Andifes.
Para comprovar o argumento, Panizzi lembra que as instituições federais de educação superior receberão neste ano cerca de R$ 610 milhões para custeio das universidades. De acordo com ela, as instituições precisariam, no mínimo, de mais R$ 66 milhões para manter as contas em dia.

Relatório
O relatório da gestão do ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, produzido em dezembro do ano passado, aponta que já neste ano seriam necessários R$ 759 milhões para a manutenção das federais. Esse valor, segundo estimativa, deve alcançar o patamar de R$ 1,01 bilhão em 2007.
"Tivemos uma redução de 24% na verba de custeio entre 1995 e 2002, além de queda de 70% no investimento", completa Panizzi.
Já o Fies, que substituiu o crédito educativo, tem reservado no Orçamento da União deste ano R$ 829 milhões. O número de alunos a serem beneficiados em 2004 ainda está indefinido.
Desde que foi implantado, em 1999, o Fies atendeu a 218 mil estudantes. Mas o custo de administração é alto (atingiu R$ 42 milhões), e a falta de pagamento já está em 22%. Por isso, a idéia do MEC é que, ao manter o Universidade para Todos, o financiamento seja substituído gradualmente.


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