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ADMINISTRAÇÃO
Eleitor do PT, Carlos Augusto Calil defende CEUs como pólos culturais e criação de museus pedidos pelo prefeito
Serra põe ex-auxiliar de Marta na Cultura
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Escolhido como o novo secretário de Cultura da gestão José Serra
(PSDB) em São Paulo, o professor
da USP e cineasta Carlos Augusto
Calil, 53, disse ontem que uma de
suas prioridades na pasta é manter e desenvolver atividades culturais nos CEUs (Centros Educacionais Unificados), uma das principais bandeiras da administração
Marta Suplicy (PT) na cidade.
Eleitor da ex-prefeita, ele ocupa
desde 2001, primeiro ano do governo Marta, a direção do Centro
Cultural São Paulo. "Os CEUs são
uma experiência única de confluência de questões de cultura
com questões de educação, e isso
é crucial", disse Calil, pouco depois de deixar o gabinete de Serra,
com quem se reuniu pela tarde.
Calil substitui Emanoel Araújo,
primeira baixa da gestão tucana.
Araújo, que também apoiou Marta, demitiu-se no fim de semana
após se desentender com Serra
(leia texto nesta página).
O novo secretário, que dirigiu a
Embrafilme (1979 a 1986) e a Cinemateca Brasileira (1987 a 1992),
se define como um gestor "operacional". Bem diferente do perfil de
Araújo, que, segundo Calil, é um
homem de "grandes paixões".
Com estilo "mais administrativo", ele disse que dará seqüência
aos projetos de Araújo -a quem
elogiou- e que seguirá a orientação de Serra de criar novos museus, como o da Criança e do Futebol, e de recuperar bens públicos, como a biblioteca Mário de
Andrade e o teatro Municipal.
É aí, afirmou o novo secretário,
que a gestão Serra deve se diferenciar da de Marta. "É preciso equilibrar ações de expansão [CEUs e
novos equipamentos culturais]
com ações de consolidação [recuperação de equipamentos]."
Ele também defendeu a idéia do
prefeito tucano de instalar museus nos prédios municipais do
parque do Ibirapuera onde hoje
funcionam órgãos públicos
-projeto criticado por Araújo.
"Emanoel Araújo teve muita dificuldade de compreender a situação que ele encontrou na secretaria, que era um pouco desorganizada", disse Calil. "Vou retomar
[os projetos] e reorganizar a secretaria para, depois, tocar para
frente, porque acho que é hora de
começar a fazer o programa do
ano", afirmou o novo secretário,
para quem um dos maiores problemas será lidar com verbas contingenciadas pela administração.
Calil não polemizou sobre a carta de demissão de Araújo, que relata dificuldades na secretaria e
afirma que a pasta era tratada como uma "pocilga" (curral de porcos, lugar imundo). Bem-humorado, lembrou que fará aniversário em um mês. "Estou entrando
em meu inferno astral", disse.
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