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Prefeitura investiga garantias falsas da licitação do transporte coletivo
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais de três meses depois de assumir a prefeitura, a gestão José
Serra (PSDB) começou a investigar as garantias falsas apresentadas na licitação do transporte coletivo -a mais cara da cidade,
com gastos de R$ 12,3 bilhões por
um período de dez anos.
Na última sexta, o Diário Oficial
trouxe portaria do secretário municipal dos Transportes, Frederico Bussinger, determinando a
criação de uma comissão de sindicância para "análise de fatos e
apuração de eventuais responsabilidades na apresentação de garantias contratuais".
No mesmo dia, a comissão enviou intimação às empresas que
operam o serviço de ônibus na cidade para que em cinco dias úteis
apresentem explicações sobre os
documentos falsos entregues.
No dia 15 de dezembro do ano
passado, a Folha revelou que o
consórcio Unisul, vencedor da licitação em 2003 para operar na
zona sul, havia apresentado garantias falsas em nome do BNA
(Banco de La Nación Argentina).
A carta de fiança é uma garantia
financeira do poder público de
que os serviços serão executados,
mesmo se a empresa contratada
quebrar ou falhar.
Dias depois da reportagem da
Folha, o secretário de Transportes da gestão Marta Suplicy (PT),
Jilmar Tatto, confirmou que todos os oito consórcios vencedores
da licitação apresentaram cartas
falsas do BNA -que afirma nunca ter vendido essas garantias a
empresários de ônibus de São
Paulo. Na época, os empresários
deram explicações contraditórias
sobre a origem dos documentos.
A Jilmar Tatto, disseram que os
papéis foram comprados na Argentina diretamente do BNA. Aos
jornalistas que procuraram o sindicato patronal (o SPUrbanuss),
informaram que haviam comprado os papéis de uma corretora.
Mas não apontavam qual era.
Procurada ontem, a assessoria
de imprensa do SP Urbanuss, limitou-se a dizer que as empresas
estão recebendo os ofícios e se
manifestarão dentro do prazo.
Bussinger admitiu que três consórcios ainda operam amparados
pelas cartas de fiança do BNA.
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