São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2006

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EDUCAÇÃO

Prefeitura vai reavaliar programa extracurricular; sindicatos afirmam que falta estrutura para as atividades

Projeto criticado por grevistas será revisto

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria Municipal da Educação informou ontem que vai reavaliar a implantação do programa que prevê atividades extracurriculares na rede municipal. Essa é uma das reivindicações de professores e funcionários, que estão em greve há 15 dias. Não houve avanço, porém, com relação ao pedido de reajuste salarial.
O novo secretário de Educação, Alexandre Schneider, recebeu ontem representantes dos sindicatos ligados à educação municipal. A assessoria de imprensa afirmou que Schneider vai publicar nos próximos dias, no "Diário Oficial da Cidade", uma portaria que cria uma comissão para avaliar o programa São Paulo É uma Escola, implementado pela gestão José Serra (PSDB).
O projeto prevê atividades extracurriculares antes e depois das aulas. A Folha solicitou uma entrevista com Schneider sobre o tema, mas não foi atendida.
Os sindicatos reclamam que o projeto -mantido pelo atual prefeito, Gilberto Kassab (PFL)- retirou do horário normal de aulas programas já consolidados, como salas de leitura e de informática. Como os alunos não são obrigados a participar dos trabalhos extracurriculares, muitos não têm mais acesso a esses recursos.
As entidades afirmam ainda que há falta de funcionários e de espaço físico para o programa.
"Não somos contra o projeto, mas ele precisa ser alterado", disse a presidente do Sinesp (sindicato dos coordenadores e diretores), Maria Benedita de Andrade.
A assessoria de imprensa da secretaria nega os problemas. A pasta diz que não houve prejuízo a outros projetos e que foram contratados oficineiros. Afirma ainda que as escolas sem estrutura não são obrigadas a participar do programa.
Ontem, antes dos representantes do ensino serem recebidos pelo secretário da Educação, cerca de 120 professores fizeram um protesto em frente à sede da pasta, na Vila Mariana (zona sul). A Polícia Militar contabilizou 120 manifestantes. Organizador do ato, o Sinesp afirmou que foram 1.200.
Hoje está previsto um protesto em frente à Secretaria de Gestão, no centro, organizado pelo Sinpeem (sindicato dos professores e funcionários). A categoria espera que seja feita uma proposta de reajuste salarial. Ontem, no entanto, Kassab voltou a afirmar que não mudará sua proposta. "A prefeitura tem limitações financeiras graves."
Professores e funcionários pedem que o piso salarial seja de R$ 960. Hoje, está em R$ 509. A prefeitura propõe o pagamento, em julho, de R$ 350, referente à gratificação por desenvolvimento educacional. O valor previsto anteriormente era de R$ 165.


Colaborou JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, da Reportagem Local


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