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EDUCAÇÃO
Prefeitura vai reavaliar programa extracurricular; sindicatos afirmam que falta estrutura para as atividades
Projeto criticado por grevistas será revisto
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria Municipal da Educação informou ontem que vai
reavaliar a implantação do programa que prevê atividades extracurriculares na rede municipal.
Essa é uma das reivindicações de
professores e funcionários, que
estão em greve há 15 dias. Não
houve avanço, porém, com relação ao pedido de reajuste salarial.
O novo secretário de Educação,
Alexandre Schneider, recebeu ontem representantes dos sindicatos
ligados à educação municipal. A
assessoria de imprensa afirmou
que Schneider vai publicar nos
próximos dias, no "Diário Oficial
da Cidade", uma portaria que cria
uma comissão para avaliar o programa São Paulo É uma Escola,
implementado pela gestão José
Serra (PSDB).
O projeto prevê atividades extracurriculares antes e depois das
aulas. A Folha solicitou uma entrevista com Schneider sobre o tema, mas não foi atendida.
Os sindicatos reclamam que o
projeto -mantido pelo atual prefeito, Gilberto Kassab (PFL)- retirou do horário normal de aulas
programas já consolidados, como
salas de leitura e de informática.
Como os alunos não são obrigados a participar dos trabalhos extracurriculares, muitos não têm
mais acesso a esses recursos.
As entidades afirmam ainda
que há falta de funcionários e de
espaço físico para o programa.
"Não somos contra o projeto,
mas ele precisa ser alterado", disse a presidente do Sinesp (sindicato dos coordenadores e diretores), Maria Benedita de Andrade.
A assessoria de imprensa da secretaria nega os problemas. A
pasta diz que não houve prejuízo
a outros projetos e que foram
contratados oficineiros. Afirma
ainda que as escolas sem estrutura não são obrigadas a participar
do programa.
Ontem, antes dos representantes do ensino serem recebidos pelo secretário da Educação, cerca
de 120 professores fizeram um
protesto em frente à sede da pasta,
na Vila Mariana (zona sul). A Polícia Militar contabilizou 120 manifestantes. Organizador do ato, o
Sinesp afirmou que foram 1.200.
Hoje está previsto um protesto
em frente à Secretaria de Gestão,
no centro, organizado pelo Sinpeem (sindicato dos professores e
funcionários). A categoria espera
que seja feita uma proposta de
reajuste salarial. Ontem, no entanto, Kassab voltou a afirmar
que não mudará sua proposta. "A
prefeitura tem limitações financeiras graves."
Professores e funcionários pedem que o piso salarial seja de R$
960. Hoje, está em R$ 509. A prefeitura propõe o pagamento, em
julho, de R$ 350, referente à gratificação por desenvolvimento educacional. O valor previsto anteriormente era de R$ 165.
Colaborou JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, da Reportagem Local
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