São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2006

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EDUCAÇÃO EM PEDAÇOS

Direção de colégio localizado na zona leste de São Paulo nega que haja falta de funcionários

Mães ajudam na limpeza de escola estadual

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde fevereiro, um grupo de mães se junta para varrer o pátio, passar pano no chão, limpar o banheiro e tomar conta de alunos da escola estadual Prof. Rita Júlia de Oliveira, na Penha (zona leste de São Paulo).
Elas dizem que o número de funcionários é insuficiente. A direção da escola e a Diretoria Regional de Ensino, ligada à Secretaria Estadual da Educação, negam e dizem que as mães fazem o trabalho porque querem.
A escola disse que o contrato com quatro integrantes das frentes de trabalho venceu em janeiro e que não houve novas contratações. A Diretoria Regional de Ensino afirma, porém, que a situação é restrita aos bolsistas da frente e que o número de servidores administrativos (seis) está de acordo com o tamanho da escola -com cerca de 420 alunos da 1ª à 4ª série.
O trabalho das mães teve início quando uma delas percebeu que uma única funcionária era responsável pelos alunos no intervalo e que o pátio ficava sujo.
Outra mãe, a artesã Wilma Ribeiro de Souza, 38, fez, há 20 dias, uma denúncia à Ouvidoria Geral do Município. "Não é certo eu trabalhar lá. É o Estado que tem que contratar mais gente."
Ontem, a Folha pediu autorização para a Secretaria da Educação para fotografar as mães trabalhando na escola. A direção da escola, porém, não permitiu a entrada delas no intervalo. Segundo as mães, foi a primeira vez que o veto ocorreu.
O dirigente regional de ensino afirmou que espera receber, em breve, novos integrantes das frentes de trabalho, mas que ainda não há prazo para isso.


Colaboraram FÁBIO TAKAHASHI, da Reportagem Local, e BRUNO MIRANDA, repórter-fotográfico


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